Sereias” emociona a primeira vista, a mostra apresenta por meio de 30 fotos e um vídeo documental, o universo feminino da pesca no Ceará.

A exposição tem a assinatura dos fotógrafos pesquisadores Fernanda Oliveira e Sérgio Carvalho, tem abertura hoje, dia 13 de julho, no Espaço Cultural Correios Fortaleza (ECC).

A partir de projeto pioneiro de pesquisa antropológica visual e ensaios fotográficossobre mulheres que participam ativamente da pesca no Ceará, os fotógrafos Sérgio Carvalho e Fernanda Oliveira apresentam a exposiçãoSEREIAS, que abre às 16 horas do dia 13 de julho (quarta-feira) no Espaço Cultural Correios Fortaleza (ECC- R. Senador Alencar, 38 – Centro), ficando em cartaz até 03 de setembro com uma série de atividades. São 30 imagens sobre o universo feminino da pesca artesanal no Ceará, pela dupla de pesquisadores-fotógrafos, que se unem no espaço expositivo ao vídeo documental do projeto feito pelo cineasta Tibico Brasil e making of por Mika Holanda, sob curadoria das pesquisadoras Angela Magalhães e Nadja Peregrino com expografia pelo designer e produtor cultural Ademar Assaoka e textos da jornalista Iana Soares. O projeto recebeu os prêmios Latino-Americano de Fotografia da Colômbia e o Chico Albuquerque de Fotografia da Secretaria de Cultura do Ceará.

O Projeto “Sereias”

Iniciada em 2012, a pesquisa e documentação visual antropológica pela dupla Fernanda Oliveira e Sérgio Carvalho foi executado em torno de cinco anos. O apanhado revela o universo feminino do mundo da pesca artesanal no Ceará, queapesar de praticamente desconhecido na sociedade de uma maneira geral, tem tais personagens inseridas numa atividade, predominantemente masculina, em que as pescadoras, além de exercerem a pesca,estão sujeitas à dupla jornada de trabalho, cuidando dos filhos e da casa.

Apesar de serem ainda minoria, aos poucos, essas mulheres vêm se impondo num setor que guarda uma cultura de preconceitos em relação a elas. Vencer as barreiras não tem sido tarefa fácil, principalmente porque somente agora, elas próprias estão se reconhecendo como pescadoras, à medida que estão se organizando em associações e/ou colônias de pescadores. Verifica-se que muitas delas desenvolvem um trabalho de pesca, mas não se consideram pescadoras, porque fazem aquilo como extensão dos afazeres domésticos, como necessidade de sobrevivência. Mesmo com os afazeres domésticos e a dupla jornada de trabalho, as mulheres vêm cada vez mais assumindo a pesca como atividade profissional e se engajando em associações e grupos que defendem os direitos dos pescadores e do meio ambiente.

Ressaltamos também que em muitas comunidades, os pescadores artesanais e suas famílias foram e ainda são expulsos das terras em que moravam, para que fossem cedidos lugares ao turismo. Nessa disputa de territórios, as comunidades pesqueiras são as que mais sofrem no litoral do estado, por isso algumas comunidades lutam pela criação de reservas extrativistas como maneira de garantir a sua permanência e a preservação da área.

A experiência dos dois pesquisadores e fotógrafos com livros já publicados, projetos premiados e exposições fotográficas produzidas, auxiliou também ao projeto “Sereias” a ter apoios fundamentais. Entre os quais, o do Instituto Terramar (http://www.terramar.org.br) – ONG sem fins lucrativos, que atua na Zona Costeira do Ceará, visando o desenvolvimento humano com justiça socioambiental, cidadania, participação política, autonomia dos grupos organizados e fortalecimento da identidade cultural dos Povos do Mar do Ceará. Da mesma forma,o apoio da Rede Tucum (http://www.tucum.org) – formada por comunidades na zona costeira cearense, com a participação de comunidades costeiras, entre indígenas, pescadores e moradores de assentamentos rurais, entre outras parcerias institucionais.

 

SERVIÇO:

Exposição“SEREIAS”, de Fernanda Oliveira e Sérgio Carvalho

Ø  Abertura: dia 13 de julho, às 16h.

Ø  Local: Espaço Cultural Correios Fortaleza (R. Senador Alencar, 38 – Centro – Fortaleza).

Ø  Visitações até 03 de setembro,de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Entrada franca.

Ø  Fone para agendamentos de visitas guiadas e informações: (85) 3255 7142.