O rio Jaguaribe está com cerca de 300 metros na travessia entre a localidade de Boca do Forno e a sede do município de Itaiçaba.
Barqueiros, pagos pela prefeitura, fazem a travessia de pessoas de um lado para o outro.
Na volta de Boca do Forno, onde fomos ver a chega de estudantes, uma cachorrinha vira-latas se atira na água e fica nadando próximo ao barco.
O barqueiro conhecido como Lôro – que convive com ela há três anos – diz que o animalzinho atravessa o mar de água tantas vezes ele leve o barco de lá para cá.
Lôro era agricultor, perdeu tudo com a s cheias, e está se virando no ofício de barqueiro.
O homem dá a partida no barco, Baleia segue atrás, sem conseguir acompanhar o motor e a correnteza. Fica para trás, não desiste, e completa a travessia.
Lôro diz que faz o percurso “mais de 60 vezes” [ou seja, cruza o rio 120 vezes no dia].
Baleia, sempre acompanhando. Ela é da raça dos valentes. Sua companheira mais famosa habitou “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Aquela enfrentava as secas, a nova Baleia, as águas.
Ambas com uma realeza que só os vira-latas conseguem ter.
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