Mas não pensem que só os Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa estão enfrentado problemas com a mídia. Experimenta-os também quem está acima da linha do Equador, mais especificamente, o Grande Irmão do Norte e seu presidente Barack Obama.

O Blog de Notícias do Centro Knight anota o seguinte:

«”A Casa Branca trava uma batalha em três frentes: Iraque, Afeganistão e Fox News”, disse o jornalista especializado em mídia do Washington Post, Howard Kurtz. Como parte de uma nova estratégia de comunicação, o governo de Obama trata o canal de notícias a cabo Fox News como mais um adversário político, informam o New York Times e a AFP.

A diretora de Comunicações da Casa Branca, Anita Dunn, tem sido a principal voz nesta ofensiva, com questionamentos à imagem da Fox News como uma organizção de jornalística legítima. Em entrevistas recentes à CNN, o New York Times e a revista Time, Dunn qualificou a rede de TV de “jornalismo de opinião disfarçado de notícias” e de “órgão do Partido Republicano”. Por isso, disse, o governo tratará esse meio de comunicação como um opositor.»

O jornal Câmbio, da Colômbia, relata a situação:

«”É o pior dia da Presidência de Barack Obama”, disse o radialista Rush Limbaugh, quando soube que Chicago havia perdido a luta para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. O homem, que muitos descreveram como o autor da essurreição da freqüência AM nos Estados Unidos, se permitiu aplaudir [a derrota de Obama] depois de relatar o episódio.

O comentarista de televisão e rádio Glenn Beck anunciou a história para seus ouvintes: “Por favor, deixe-me dar esta notícia. É tãooooo doce.” As críticas e acusações que se tornaram comuns na direita americana, durante a era Clinton, deram lugar a um discurso de confronto e, por vezes abertamente hostil, que parece ter atingido o seu auge na tarde de sexta-feira, quando a campanha para trazer os Jogos Olímpicos de Chicago terminou sem sucesso.

O influente blog de direita Drudge Report deu manchete em letras maiúsculas: “O Ego has landed” [“O ego aterrissou”]. O título foi reforçado por outra afirmação categórica: “O mundo rejeita Obama O conservador blog Red State recorreu ao escárnio, titulando: “Não aos Jogos Olímpicos de Chicago.Hahahahaha”.

O analista Bill Bristol confessou estar se divertindo com a notícia e se permitiu sugerir que o desejo de Obama para trazer os Jogos Olímpicos de Chicago pode estar relacionado com o pagamento de favores para a Máfia.

Estas declarações levaram a um colunista do jornal The New York Times, Paul Krugman afirma que “o Partido Republicano, tornou-se um grupo liderado por pessoas ansiosas para ver o presidente falhar, mesmo quando se trata de algo positivo para o país”.

Muitos meios de comunicação americanos continuam fazendo as referências sobre a nacionalidade do presidente. Eles acusam Obama de mentir,quando diz que nasceu no Havaí [que é um estado americano]. Eles dizem que o país está nas maões um líder “manifestamente ilegítimo”.»

New York Magazine inicia uma de suas matérias assim: “No fim de semana, a diretora de Comunicação da Casa Branca, Anita Dunn, anunciou oficialmente o início da guerra do governo de Obama com a Fox News”.

Mas a matéria do Times tem o título “Por que declarar guerr à Fox pode ser um erro para Obama”. O jornal critica o fato de o presidente americano estar procurando isolar a rede.

Diz que “reconhecer a Fox como um inimigo que vale a pena lutar é uma admissão de fraqueza  para um presidente cuja campanha foi parcialmente baseada na promessa de unidade”.

O que dizer?

Não sei se isso é bom ou ruim, o fato é que os confrontos com a mídia são “democráticos”, ocorrem em quase todos os países, mesmo naquele cuja primeira emenda da Constituição diz o seguinte, com muita propriedade:

“O Congresso não deve fazer leis a respeito de se estabelecer uma religião, ou proibir o seu livre exercício; ou diminuir a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou sobre o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações por ofensas”.

Questionar a mídia é saudável – eu sempre defendi, ao contrário de muitos jornalistas – que mesmo os chefes de Executivo têm o direito de criticar a imprensa. Não acho que a crítica seja sinônimo de intimidação, que tem de ser rejeitada de plano.

O que espero é que a progressãodo debate  leve ao aperfeiçoamento, tanto das críticas, como da mídia.