Ilustração de Hélio Rôla

O jornalista Maurício Stycer, correspondente portal Uol na África do Sul, revelou o porquê do mal-estar entre a rede Globo e o técnico Dunga, da seleção brasileira.

Segundo matéria publicada no Uol Esporte, a Globo negociou diretamente com Ricardo Teixeira (presidente da Confederação Brasileira de Futebol) entrevistas exclusivas com três  jogadores da seleção, entre ele Luís Fabiano. As entrevistas iriam ser exibidas no programa “Fantástico”, no domingo passado.

Dunga vetou o acerto, contrariando o dirigente da CBF, o que deixou descontentes os jornalistas da Globo.

Na entrevista coletiva, apó o jogo com a Costa do Marfim – quando o veto já era do conhecimento dos jornalistas da Globo – é que ocorreu o incidente, em que Dunga resmungou para o jornalista Alex Escobar: “Besta, burro, cagão!”

Na saída vários jornalistas teriam ouvido Escobar, jornalista da Globo, dizer em relação a Dunga: “Insuportável, bicho, insuportável. O Rodrigo [Paiva, diretor de Comunicação da CBF] foi revoltado lá falar comigo, cara. O Dunga não deixou. Ninguém. Caraca, nem o Luís Fabiano. Infelizmente”.

Comentário

Uma coisa é certa: Dunga estabeleceu um critério – não deixar os jogadores falarem com a imprensa – e o critério vale para todos, inclusive para a rede Globo, acostumada a ter tratamento privilegiado. Para manter a sua decantada coerência enfrentou até mesmo o poderoso presidente da CBF, que é seu patrão.

Por isso, ganhando ou perdendo, Dunga deverá ser convidado a deixar o cargo de técnico da seleção logo depois da Copa.

Podemos lembrar a frase de Marina Silva, candidada a presidente, quando deixou o Ministério do Meio Ambiente: “Perco o pescoço, mas não perco o juízo”.

A diferença é que Marina não perde o juízo, nem a paciência. Dunga tem o estilo daqueles zagueirões do passado, que nunca perdiam a viagem: ou era na bola ou na canela.