É evidente que a morte de Adriano da Nóbrega, o miliciano conhecido como “capitão Adriano” – sua patente antes de ser expulso da Polícia Militar – tem alguma coisa de muito mal explicada.

A qualquer leigo parece óbvio que, tendo-se setenta homens armados para cercar a casa onde um suspeito se esconde, bastaria um pouco de paciência, esperando até que ele se visse obrigado a sair, o que facilitaria sua capturado.

No entanto, tendo esse aparato – fora dois helicópteros – o comandante da operação policial que matou Adriano na Bahia, julgou mais acertado mandar três homens invadirem o imóvel onde ele estava escondido, o que terminou em sua execução. Isso a se levar em conta a versão da PM da Bahia.

O governador Rui Costa (PT) correu para confirmar a versão da PM, antes de qualquer investigação mais aprofundada. Isso não revela que Costa tenha qualquer envolvimento com o criminoso, porém indica que ele não tem controle sobre a sua polícia. O que, aliás, ocorre em vários estados brasileiros (talvez a maioria).

A PM tornou-se uma força armada independente, que não segue comando nenhum, a não ser de seu próprios quadros. Governadores tornaram-se refém dessa lógica e não têm como reagir, por isso somente lhes resta justificar as ações de seus supostos subordinados, por mais estapafúrdias que pareçam – o que é muito perigoso.