Deputado voltou atrás e retirou projeto da Assembleia (Foto: Divulgação)

Deputado voltou atrás e retirou projeto da Assembleia (Foto: Divulgação/AL-CE)

Após intensa repercussão negativa, o deputado Capitão Wagner (PR) decidiu retirar proposta de lei que proibiria venda de armas de brinquedo e jogos eletrônicos violentos para menores de idade no Ceará. O projeto, que previa multas de até R$ 10 mil para estabelecimentos irregulares, foi aprovado nesta semana em comissão da Assembleia.

A decisão foi anunciada pelo próprio Wagner nesta sexta-feira, 6. “Dando demonstração de que a gente escuta nossos eleitores, o projeto que vocês estão discutindo foi retirado. Não vai mais tramitar, porque a gente tem coerência: Se o nosso eleitor é contra o nosso projeto, a gente não agir contra a vontade do eleitor”, disse.

Projeto polêmico

Na justificativa do projeto, Wagner destacava que empresas deste tipo de brinquedo se aproveitam de “brechas” no Estatuto do Desarmamento, que já proíbe este tipo de objeto, para a “comercialização desenfreada” de pistolas, metralhadoras e fuzis de brinquedo. O deputado também destaca dados que mostram que, entre 2011 e 2012, um em cada quatro armas apreendidas em assaltos em São Paulo eram de brinquedo.

“A proibição de que trata esta lei inclui brinquedos que disparem bala, bola, espuma, luz, e laser assemelhados, que produzam sons ou que projetem quaisquer substâncias que permitam a sua associação com arma de fogo”, diz o projeto. Estão excluídas da proibição as armas de pressão e de ar comprimido, como airsoft e paintball.

Jogos eletrônicos

Sobre jogos violentos, o projeto define como “aqueles em que há cenas ou referências de personagens agredindo, por qualquer meio, outros personagens”. “Os videogames avançaram significativamente na qualidade de seus jogos e gráficos, tornando-os mais realistas. As sensações experimentadas ao longo da jogatina são intensas”, diz o projeto.

“Nessa mesma linha de ‘fotorrealismo’, games de guerra como Call of Duty ou de mundo aberto como GTA exploram temas violentos em seu enredo”, diz o deputado, que cita pesquisas apontando que “jogos eletrônicos podem fazer tão mal quanto as drogas e alcoolismo”.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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