Fotos: Cinthia Venâncio

Fotos: Cinthia Venâncio

Prestes a lançar o terceiro álbum de estúdio, já intitulado ‘Praieiro’, o Selvagens à Procura de Lei volta pra casa comemorando nova fase. Uma fase influenciada pelos anos vividos em Fortaleza, pelo período morando em São Paulo e por todas as experiências das cidades que têm passado.

A banda é formada por Rafael Martins, Caio Evangelista, Nicholas Magalhães e Gabriel Aragão, que, em entrevista ao Ceará & Rock, falou sobre tudo que tem acontecido com o grupo nos últimos anos e, entre outros assuntos, contou um pouco da história da banda e adiantou novidades sobre o ‘Praieiro’. Confira:

Ceará & Rock: Vocês estão prestes a lançar um novo disco, o ‘Praieiro’. O que os fãs podem esperar desse álbum?

Gabriel Aragão: Praieiro é um disco que reflete tudo que a gente viveu nos últimos dois anos. A mudança pra Sampa, morar junto na casa da banda, fazer músicas pensando na Mucambada… Colocamos a alma nessas músicas. A gente queria fazer algo diferente, pra cima, sair daquela onda reflexiva de amadurecimento do segundo álbum. Acho que o Praieiro é uma energia positiva que a gente precisava colocar pra fora.

Fotos: Cinthia Venâncio

Fotos: Cinthia Venâncio

C&R: Os dois primeiros álbuns de vocês apresentam grandes diferenças de um para o outro. O que o Praieiro tem de mais diferente em relação aos dois álbuns anteriores de vocês?

GA: O primeiro disco (Aprendendo A Mentir, 2011, independente) tem uma energia imediatista jovem. A gente vivia uma vida dupla em Fortaleza, tocava rock e fazia faculdade. Tá tudo ali. Falamos muito sobre a nossa cidade, sobre o que era morar em Fortaleza e ser jovem. A gente ouvia tudo que era de rock moderno. “Esperando Pelo 051”, “Mucambo Cafundó”… O segundo disco (Selvagens à Procura de Lei, 2013, Universal Music) já trata sobre o processo de amadurecimento que todo mundo passa. Fala sobre sair da casa dos pais, sobre assumir quem você é para o mundo. Abrimos um leque que não existia até então. Comecei a compor no piano, o Nicholas começou a cantar na banda como um dos leads em “Despedida”. A gente tava numa de ouvir som vintage, tanto brasileiro quanto gringo, de Tim Maia à Pink Floyd!

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C&R: Como foi que surgiu a ideia de lançar uma campanha de crowndfunding e como vocês receberam um retorno tão positivo por parte dos fãs?

GA: Nossos fãs são pessoas incríveis. Eles são a Mucambada e a Mucambada somos todos nós. A ideia de gravar um disco por crowndfunding foi ótima porque embora Praieiro tenha sido escrito pra todo mundo que quiser curtir um som massa (mesmo que não seja fã de carteirinha de Selvagens), ele também foi pensando como uma energia que queríamos entregar para os fãs. Uma energia que vamos transmitir quando as pessoas escutarem o disco ou forem nos shows. Os fãs entenderam isso na campanha do projeto do Catarse e o Praieiro nasceu dessa troca. A gente planejava entregar o disco o quanto antes, em abril, mas não deu. A crise atinge todos os setores do país e a indústria da música não fica de fora. Se quisermos fazer do jeito certo, do jeito que os fãs merecem, temos que ter mais tempo para fechar as novas parcerias que o Praieiro tanto precisa. É como a gente canta em “Despedida”… “duvido de tudo que segue pelo que é mais fácil”. Ninguém falou que ia ser fácil. Mas estamos todos juntos na luta. Praieiro já é uma realidade e muito em breve os fãs vão se amarrar com o primeiro single. Precisamos esperar um pouco mais para fechar todos os detalhes e sabemos que os fãs compreendem nossa posição. Temos uma intimidade muito especial com eles. Praieiro é fruto dessa intimidade.

C&R: Já são dois anos vivendo em São Paulo. Como ta sendo a vida em nova cidade? Do que sentem mais falta em Fortaleza?

GA: Tem dois lados. Você aprende muita coisa morando em São Paulo. Em “Sangue Bom” a gente canta “aqui em Sampa toda cena é de cinema…”. E é mesmo! Nesses dois anos vivemos as manifestações de 2013 enquanto lançávamos “Brasileiro” nas rádios de SP. Foi um período muito mágico para nós. Houve uma sintonia imediata com a Mucambada de São Paulo. Depois teve o Lollapalooza em 2014 e o lançamento de “Bem Vindo Ao Brasil” e enquanto tudo isso rolava estávamos morando juntos escrevendo as músicas que viriam a ser o Praieiro. Sinto muita falta das pessoas de Fortaleza. Dos amigos queridos, da família, e da galera que a gente não conhece. O cearense é uma figura muito ímpar. Todo cearense que a gente conhece em Sampa é motivo de festa hehehe. A gente gosta MUITO da nossa cultura, da nossa comédia, da forma como o cearense enxerga e se vê no mundo. É tudo muito especial mesmo. Pessoalmente, sinto muita falta do horizonte, do mar (só de saber que ele está ali perto).

Fotos: Cinthia Venâncio

Fotos: Cinthia Venâncio

C&R: Como surgiu o nome Selvagens à Procura de Lei?

GA: Tinha que ser um nome inusitado. Sempre gostei de “Selvagens”. O sobrenome veio depois e, com ele, todo esse significado irônico sobre o homem ser um animal social. A galera curte.

C&R: Como vocês se conheceram? Como foi formada a banda?

GA: Eu e o Nicholas morávamos no mesmo prédio. Eu tinha 13 e ele 10. Eu já tinha muita vontade de montar uma banda autoral, mas nunca rolava a química. Um dia, apareceu uma bateria velha no salão de festas e a gente começou a tocar junto. Desde o início a gente aprendeu a tocar em cima de músicas autorais. “Reis de São Paulo” é dessa fase, por exemplo. Do outro lado, tem o Rafael e o Caio, que já tocavam juntos em bandas, tributos e tal. Conheci o Rafa na faculdade e de cara rolou a maior sintonia. Gravamos dois EPs e o Caio entrou na sequência. Quando finalmente os quatro estavam juntos tudo fez sentido. Foi só questão de tempo.

Confira vídeo da canção “O Que Será o Amanhã”, gravada nos estúdios da Red Bull, em São Paulo

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=6vi6KJqp1v0[/youtube]

Confira vídeo da canção “2 de Fevereiro”, gravada nos estúdios da Red Bull, em São Paulo [youtube]https://www.youtube.com/watch?v=O5sgMTQX5ZI[/youtube]  

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Ronnald Casemiro

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