Gabriel Ximenes: semblante calmo e mãos pesadas (Foto: Gandhi Guimarães)

Gabriel Ximenes: semblante calmo e mãos pesadas (Foto: Gandhi Guimarães)

Gabriel Ximenes, 16 anos, tinha a calma reservada aos grandes mestres das baquetas. Arrumou os pratos sem afobação, passou o som e se posicionou para tomar conta da cozinha da banda Askencii durante 40 minutos de show. A banda era debutante no Sexta Rock, do último dia 26, e aquela era a primeira vez que Gabriel tocava profissionalmente. O Sexta Rock acontece na última sexta-feira de cada mês no espaço Boca Rica do Theatro José de Alencar, às 18 horas.

Ao contrário de seus colegas, que já se envolveram com outras bandas, Gabriel só tocava nas próprias festas de aniversário. Por falar nisso, vem de longe o gosto do jovem baterista pelo rock. O garoto é fã da banda cearense Facada e sempre comparecia às edições da primeira fase do Sexta Rock, no começo dos anos 2000. “Quando eu era pequeno comecei a gostar do estilo do Dangelo (Feitosa, baterista do Facada). Isso influenciou  na minha vontade de ser baterista”, confidencia Gabriel.

A mãe de Gabriel, Elizete Portela Ximenes era só alegria. Ver o filho tocando para centenas de pessoas era o resultado da semente que ela mesma havia plantado anos antes. Sim. Dona Elizete é quem levava o filho para os shows do Sexta Rock, onde o Facada influenciou Gabriel, quando ele era apenas uma criança. “Eu sentia que ele tinha uma propensão maior ao rock, então eu levava ele pros shows, para que ele pudesse saber que o rock também é arte e que toda forma de arte é linda”, pontua Elizete.

Gabriel tinha somente dois anos quando a mãe descobriu o feeling do filho para  a música. Um dia, Elizete surpreendeu Gabriel tocando numa bateria feita com uma lata de Neston e duas latas de café. Os paus do coador de café eram as baquetas. Três anos mais tarde, Gabriel ganhou sua primeira bateria. Um modelo infantil compatível com seu tamanho. E desde então não parou mais. Há pelo menos 14 anos, Gabriel sempre está batucando em alguma coisa.

As influências do jovem ganharam novos horizontes. Eloy Casagrande (Sepultura) e John Dolmayan (System of a Down) se juntaram a Dangelo Feitosa no seleto grupo de influências do baterista da Askencii.

ESTREIA COMPETENTE

A banda Askencii existe oficialmente desde o início de 2015, mas somente em 2016 é que as coisas ficaram sérias, com direito a ensaios regulares e planos de gravar um EP. O show de abertura para as já conhecidas Jack The Joker e In No Sense foi a estreia da banda. O vocalista e guitarrista Júnior Vieira conta que o Askencii foi beber de várias fontes para fazer seu próprio som. “Fazemos um pós-grunje com New Metal e um pouco de Punk”, explica.

Askencii em seu primeiro show (Foto: Gandhi Guimarães)

Askencii em seu primeiro show (Foto: Gandhi Guimarães)

A banda se saiu bem para a primeira apresentação. Mantiveram a calma e entregaram ao público o rock pesado que prometeram, mesmo  com as adversidades que apareceram. A principal corda do baixo de Wellington Frota quebrou ainda na primeira canção. A banda Jack The Joker emprestou um baixo e a Askencii seguiu o show com a mesma calma e competência com a qual começou a noite.

About the Author

Aflaudisio Dantas

Repórter com passagem pelo jornal O Povo. Como membro da equipe de esportes do jornal, atuou na cobertura da Copa do Mundo, em 2014. Também fez coberturas sobre os principais clubes do futebol cearense e escreveu sobre outros esportes. É fascinado por rock e por contar e ouvir boas histórias

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