“Tenho chances de nocauteá-lo”. O plano de Lyoto Machida era ser o primeiro lutador a nocautear Dan Henderson. Mas, com atuação muito abaixo do esperado, o brasileiro por pouco não perdeu para o americano. O desempenho de Lyoto foi o suficiente para credenciá-lo a desafiante número 1 do cinturão da categoria. E para mostrar que ele ainda precisa melhorar.
Lyoto é um lutador bastante estratégico. Tem na esquiva e no contra ataque suas principais características. Fez lutas excelentes contra Rashad Evans, Maurício “Shogun” e Randy Couture. Na penúltima, contra Ryan Bader, um belo nocaute no contra golpe. O brasileiro define bem o seu espaço dentro do octógono, fazendo com que o adversário tenha dificuldades para golpeá-lo. No entanto, contra um Dan Henderson menos agressivo, Lyoto encontrou problemas.
Todos esperavam que Hendo fosse atacar bastante, como sempre fez, tentando nocautear mais um oponente. Mas isso não aconteceu. O americano economizou a sua mão direita, principal temor dos adversários. Com isso, o brasileiro teve poucas oportunidades para definir a luta como pretendia: em nocaute de contra golpe. Até que, com o desenrolar de uma luta equilibrada e indefinida, Lyoto precisou atacar. E ficou claro que esse foi seu maior defeito no combate.
Faltou garra, determinação, vontade de vencer. Mesmo no final do terceiro round, após ter ficado de costas para o chão, Lyoto deixou a desejar e poupou golpes. Alguns chutes foi tudo que o brasileiro conseguiu fazer no final do combate. Muito pouco para um lutador que já foi ex-campeão da categoria e que sonha recuperar o título. Pouco para quem quer vencer Jon Jones.
O brasileiro subiu ao octógono focado e bem preparado fisicamente. Continua muito bom na esquiva e nos contra golpes. Mas precisa ter mais garra. Atacar mais, arriscar mais. Principalmente porque seu próximo adversário provavelmente será o excelente Jon Jones. E, pela última atuação, o brasileiro corre perigo. É preciso melhorar se quiser conseguir o cinturão. Contra Hendo, Lyoto Machida venceu. Mas passou muito longe de convencer.
Em Tempo:
Após o evento, Dan Henderson disse que precisava ter sido mais agressivo. Mesma postura que era esperada do brasileiro. Os dois estavam preocupados demais em não ser nocauteado. Muita cautela e pouca determinação. Como resultado, uma luta chata.
Dana White cansou de dizer que lutas monótonas não interessam ao UFC. Na semana passada, a organização demitiu 16 lutadores e Jon Fitch – excelente lutador, mas “amarrão” – rodou. Até o final de 2013, mais 100 lutadores deverão dar adeus à organização. Ao confirmar que o brasileiro disputaria o cinturão da categoria, o mandatário cutucou: “Não foi a luta mais empolgante da história, mas, enfim, ele (Lyoto) é o próximo desafiante dos meio-pesados”. Cuidado, turma.
Engraçado agora todos falarem sobre essa luta do Machida como monotona, mas esse desde o começo foi o jeito Machida de lutar, não vi uma luta ruim, vi uma luta estrategica, claro que sem a empolgação que todos esperam. Engraçado ver varios entendedores de MMA depois da era TUF Brasil, vir criticar como se as lutas dele tivesse sidos diferentes da que ocorreu no UFC 157. Se querem ver dois animais se matando, com certeza não assistam a luta do Lyoto e vão a uma saida de estadio de futebol.