Fundada em 1977, a gravadora carioca Kuarup sempre se dedicou ao que existe de mais popular dentro da música brasileira. Tudo aquilo que não encontrava abrigo nas FMs ou nos programas líderes de audiência da TV, tinha espaço ali. Isso podia ser uma autêntica música sertaneja (já com mestrado, doutorado e PHD) ou a música erudita. Por isso mesmo, é da Kuarup o maior catálogo de Villa-Lobos no Brasil. Fundada pelo produtor Mário de Aratanha e pelo fagotista Airton Barbosa, do Quinteto Villa-Lobos, a gravadora foi vendida em 2010 para um grupo de acionistas e hoje seu acervo é distribuído pela Sony Music. Se dividindo entre projetos inéditos e relançamentos históricos, a Kuarup vem devolvendo às lojas uma série de discos raros, antológicos e, em sua maioria, cheios de originalidade. Segue abaixo uma lista desses lançamentos e relançamentos:

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Um abraço pra ti pequenina (1997)

O violeiro baiano Xangai encontra o Quinteto da Paraíba para uma homenagem erudita aos compositores populares paraibanos. Cercado pelo conjunto de cordas, Xangai vai de Herbert Vianna a Antônio Barros, e conta com as participações de Vital Farias, Cátia de França e Pedro Osmar.

 Teca Calazans e Heraldo do Monte_kuarup2013Teca Calazans & Heraldo Monte (2003)

A ideia foi reunir dois artistas pernambucanos exilados pelo trabalho com a música. A cantora Teca Calazans vivia em Paris, e o violonista Heraldo Monte em São Paulo. Juntos, eles interpretam 12 canções em clima de total comunhão.

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Dois irmãos (1992)

Dois dos maiores mestres da música instrumental brasileira se encontram num registro guiado pela leveza, pelo improviso e pela cumplicidade. Paulo Moura, com seu clarinete, e Raphael Rabello, com o violão. Nada mais a acrescentar.

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Vasta cidade, festa de alguém (2013)

Cantor, compositor e violonista de Santos, Bruno de la Rosa mistura seu repertório autoral com algumas interpretações, que soam como inéditas. Participações de Renato Teixeira (A estrada e o violeiro) e Toquinho (Um grito parado no ar).

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Mistura e manda (1983)

O disco marca o retorno de Paulo Moura aos estúdios, depois 12 anos sem gravar. São sete faixas compostas por gente do calibre de Severino Araújo, K-Ximbinho e Hermeto Pascoal. Recebeu o Prêmio Sharp, de melhor disco instrumental, em 1984.

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Alvorada brasileira (1999)

Consolidando uma parceria de 26 anos, Natan Marques e Renato Teixeira se encontram para visitar suas influências artísticas. São 12 faixas, das quais quatro são inéditas.

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Cantoria 1 e 2 (1984 e 1985)

Dois clássicos da música brasileira, que reuniram um time de violeiros para mostrar o som que vinha do “norte” do País. Geraldo Azevedo, Xangai e Vital Farias, cantam, tocam e recebem amigos neste clássico, que virou série.

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Doutores em samba (1996)

Estava tudo pronto pro cantor Paulo Marques gravar músicas de Billy Blanco. Mas o engenheiro de som insistiu para que o compositor cantasse sobre as bases feitas por Radamés Gnatalli. Esse registro ficou guardado por 36 anos, até ser lançado com o mesmo nome do disco de Paulo (alterando apenas o plural).

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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