Um dos momentos mais esperados do evento ocorreu na manhã deste domingo, 14, com a pregação do fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo, que abordou o tema “Eu vos aliviarei”. O palestrante falou sobre a importância do matrimônio como sacramento instituído por Deus para o serviço da Igreja e da sociedade.

Moysés iniciou mostrando os sete sacramentos da Igreja, detendo-se nos de serviço (Ordem e Matrimônio). Ele esclareceu que é preciso quebrar certas mentalidade hedonistas que mostram o matrimônio como algo criado para realização pessoal. “O matrimônio é um sinal do mistério de Cristo. Deus constituiu a família para ser reflexo da união de Deus com o seu povo, reflexo do amor de Deus com a humanidade, para que a família possa, por sua natureza e pelo serviço, edificar a Igreja e a humanidade. Por isso o sacramento é um dom de serviço”, disse.

Citando o Catecismo da Igreja Católica, Moysés mostrou que tanto o sacramento da Ordem como do Matrimônio não são propriedades das pessoas que os recebem, mas de Deus, constituído para a salvação dos outros e, através do serviço, se contribuir para isso, acaba por ser também salvação pessoal. “Deus confere às famílias a missão particular na edificação do povo e da Igreja”.

Segundo Moysés, atualmente diversas leis tentam deformar o dom das famílias, sugerindo novos modelos que vão contra a Lei de Deus. Ele é taxativo: “Não há lei humana que seja capaz de mudar a lei divina, de chamar de matrimônio algo que Deus não constituiu. O próprio Deus é o autor do matrimônio”.

Para o fundador, um dos grandes problemas hoje nas famílias é que o matrimônio não é visto como um dom de serviço, nem como um sacramento instituído por Deus, mas foi reduzido a formalidades ou desejos pessoais de felicidade e realização. “Quando eu coloco meus planos e expectativas nas mãos de outra pessoa, seja meu marido ou minha esposa, ele se torna uma frustração, pois ele ou ela nunca serão capazes de corresponder às nossas expectativas. Homem nenhum será capaz de suprir a necessidade mais profunda do nosso coração, porque ele não é Deus. Nenhum coração humano é capaz de ser preenchido apenas com o amor humano, pois apenas Deus pode suprir. E quando colocamos nossos cônjuges no lugar de Deus, acontecem as frustrações e infelicidades”, explicou.

Moysés disse ainda que quando as famílias compreenderem que seu matrimônio é um dom de serviço aos outros e à igreja, e não uma realização pessoal, e começarem a servir, ela será purificada e, então, será fonte de vida e de felicidade. “Temos de ver o matrimônio como um chamado à santidade, para a realização de um plano de amor divino e de santificação. Que eu caso não para ser feliz, mas para fazer o outro feliz, mais do que isso, para fazer a vontade de Deus. Assim, o centro do meu casamento, da minha família será Deus, Ele será o chefe dessa casa, que passa a ser edificada nos planos de Deus”.

O fundador declarou ainda que existem três pontos fundamentais no matrimônio: a indissolubilidade, a fidelidade e a fecundidade. “A escolha de Deus por nós é definitiva. Deus casou com a humanidade, isso é irrevogável. Quando o homem desposa a mulher, é sinal do amor e da escolha irredutível de Deus pela humanidade. Assim como Deus jamais voltará atrás no seu amor por nós, ele quis manifestar esse dom através do sacramento do matrimônio”.

Moysés fez também um chamado aos pais em relação à educação dos filhos. “Seus filhos foram dados a vocês para serem educados para a santidade. Eles estão sob a custódia de vocês, mas eles não os pertencem, pertencem a Deus. Por isso, Pai, assuma o seu papel como educador do seu filho. A família foi é referência fundamental da vida dos santos. Eles aprenderam a rezar nos joelhos das mães e na vida coerente dos pais. Assim, a família se torna um celeiro de vocação cristã”.  

Por Rocélia Santos

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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