A derrota da seleção brasileira nos serve para refletir sobre como reagimos diante do fracasso. Nossa sociedade renega refletir sobre a perda, a dor, o sofrimento. Os colégios incutem a mentalidade que sempre devemos vencer e acabam esquecendo ensinamentos que serão preciosos diante da dificuldade.

Até mesmo na esfera religiosa a mentalidade do, ganhar sempre, tem galgado  amplo espaço através da  teoria da prosperidade. A corrente apresenta Deus que sempre dá a vitória ao crente. Na linha da auto-ajuda não é muito diferente o pensamento, devemos sempre buscar a perfeição e sermos os melhores, mas o que fazer com nossos limites? E se nos depararmos com a derrota?

Temos um adversário ferrenho no Futebol, o time da Argentina que nos deu a alegria de uma derrota – digamos – mais feia do que a nossa. Portanto, verdade seja dita, o modo que os argentinos trataram os seus jogadores foi bem diferente da acolhida dada pelo povo brasileiro à sua seleção.

Nossa mídia foi bastante hostil ao treinador e por conseguinte ao time, em especial a algumas figuras que não tiveram bom desempenho nas partidas. Será que tal manifestação pública de exasperação à derrota denuncia nossa postura individual diante dos fracassos?

Objetivar a vitória deve ser nossa meta, mas saber lidar com as derrotas é tão importante quanto, afinal, nunca teremos uma existência repleta apenas de realizações.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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