De patriarcal, a sociedade atual passou a filiarcal, são os filhos o centro das relações. O período da infância é um dos mais conturbados. As crianças parecem ter carta branca para tudo poderem fazer. Não existe mais a noção de limite, disciplina e sofrimento é algo que se quer a todo custo preservar o infante.
Paralelo a isso,o sistema capitalista que rege nossa sociedade exige dos pais uma presença no mercado que acaba roubando-lhes dos filhos. Tal ciclo ocasiona o que poderíamos designar de fenômeno da terceirização do afeto. A babá, o motorista, um parente, a escola acabam exercendo o papel de referência próprios dos pais. A consequência é o crescimento de uma geração egoísta, indiferente, imatura e inapta para a lida de situações mais exigentes.
Pessoa alguma pode dar a uma criança o afeto dos pais. Sem esse amor a educação é comprometida e por tabela a sadia convivência em sociedade. Então, uma mundo filiarcal constituído por indivíduos mau amados e sem referencial de paternidade e maternidade exemplar acendem-nos o sinal de alerta que algo está errado.
Se hoje estou a chora.Com o coração a sangra é por ter nutrido durante anos um sentimento nobre, rico em afetos.Meu pai, quando distante físicamente ligava antes de eu ir para escola para que rezar um pai nosso e uma ave maria.Ato este repetido com as tres filhas.Mesmo sendo um empresário com agenda cheia de viagem, ele conseguiu transmitir os mais sinceros sentimentos.Mas vejo um mundo perdido,onde não se respeita nem os mortos.