Segundo o Santuário de São Francisco, pelo menos 12 mil fiéis compareceram à missa de encerramento

No encerramento dos festejos, o arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio Tosi celebrou missa, na Quadra da Gruta, ao lado da Basílica

Após dez dias terminou, a festa em comemoração à São Francisco das Chagas, reverenciado como padroeiro deste Município do Sertão Central, distante cerca de 126Km da Capital. A festa foi marcada por choro, emoção e a quantidade de fiéis e devotos.

O encerramento oficial dos festejos foi realizado com uma missa, realizada na Quadra da Gruta, ao lado da Basílica, às 9h da manhã de hoje. De acordo com o Santuário de São Francisco, pelo menos 12 mil fiéis compareceram ao evento religioso. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques e concelebrada pelo Ministro Provincial Frei João Amilton dos Santos; o Reitor Frei Marconi Lins; Frei Jonaldo Adelino, Pároco e Guardião da Casa de São Francisco; Frei Marcelo Freitas da Silva, Vigário da Casa (Convento de Santo Antônio) e os demais padres que participam da romaria.

Humildade

Em sua homilia, dom Aparecido destacou a humildade da vida de São Francisco. “Era um jovem que tinha ilusões com a grandeza. Se decepcionou. Encontrou o amor de Deus e descobriu o verdadeiro sentido da vida, a humildade, a simplicidade e o apreço por todas as coisas criadas por Deus”, disse.

À tarde, uma procissão com uma pequena imagem do santo, percorrerá as principais ruas do Centro de Canindé, encerrando a programação dos festejos. A imagem foi trazida para Canindé em 1775 e só deixa a Basílica uma vez por ano, nessa procissão. Na ocasião, Frei Marconi vai anunciar o Tema da festa de 2018.

No último dia da festa, a cidade ficou ainda mais lotada. Devotos do santo padroeiro de Canindé não queriam perder a oportunidade de assistir a última missa dos festejos. Os principais pontos do roteiro de fé dos devotos, como a Casa dos Milagres e a Basílica de São Francisco, estavam ainda mais cheios e movimentados. Pagadores de promessa se destacavam entre a multidão, entrando chorando na Igreja ou ajoelhados. “Tudo o que eu peço, Ele me dá. Passei dois meses e dez dias sem comer e nem beber nada, numa UTI. Pedi em oração e ele me tirou daquela situação”, disse o aposentado Francisco Luís dos Santos, 95, morador da zona rural.

Trânsito

Quem resolveu ir a Canindé de última hora enfrentou um trânsito ainda maior. A BR-020, que liga Fortaleza ao Sertão Central, estava com trânsito intenso. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deve divulgar hoje nota com o balanço das operações.

Para agradecer ao santo e cumprir o tradicional roteiro de visitar Canindé nesta época do ano, alguns devotos vieram de longe, como o carpinteiro Manoel Messias Soares, 37. Ele veio de Brasília agradecer mais uma vez ao Santo, roteiro que já faz há 14 anos.

“Tenho uma fé muito grande em São Francisco. Ele representa muita coisa que consegui na vida e não posso deixar de vir aqui todos os anos para agradecer a Ele e demonstrar a minha fé”. Quem mora por perto também não deixa passar batida a oportunidade de trazer seu agradecimento durante a festa.

O pároco e reitor do Santuário, frei Marconi Lins, destaca que o público dos dez dias de festa superou a expectativa inicial de 400 mil pessoas. “Ficou muito além do que a gente esperava. Vamos ver estes dias a questão exata do público. Mas foi uma festa intensa e repleta de romeiros”.

Apesar das dificuldades, tanto as financeiras como as provocadas pela seca, Frei Marconi avalia a festa como positiva. “Apesar da questão financeira, do inverno ruim, a dificuldade dos romeiros, a festa ficou dentro de nossas expectativas, daquilo que planejávamos transmitir, sobretudo o tema do compromisso com a paz questão que o mundo precisava refletir com uma maior intensidade. Essa mensagem foi passada e ficou muito viva no coração das pessoas”, finalizou.

 

Fotos e texto de Antônio Carlos Alves