“Logan” encerra um ciclo de um dos heróis mais populares da cultura pop, com Hugh Jackman se despedindo do papel

Tem sido um bom ano para os fãs de super-heróis no cinema. Para a DC, foi um ano histórico com o primeiro filme da Mulher-Maravilha, a maior heroína da história, e a união até então inédita da Liga da Justiça – ainda que o percurso tenha sido obscuro. A Marvel estabeleceu de vez seu universo cósmico, e Hugh Jackman se despediu do Wolverine no ótimo Logan.

A equipe do Blog Cinema às 8 se reuniu para ranquear os oito filmes lançados este ano – dois a mais que em 2016 – do melhor para o pior. Diferentemente do ranking do ano passado, os filmes que ficaram no fim da lista não necessariamente são piores, mas não chegam a ser grandes destaques cinematográficos. E, quem sabe, não permaneçam na memória da cultura pop pela sua qualidade. Confira.

Logan, de James Mangold (Crítica 1Crítica 2)

A despedida de um dos atores mais reconhecidos na atualidade por um personagem, o longa seguiu a linha de Deadpool e se entregou à censura 18 anos para contar sua história. Mas não são as cenas de violência ou os palavrões que fazem de Logan o melhor filme do subgênero em 2017. Apresentando uma história muito mais pessoal, com foco nas angústias de seus protagonistas, o filme é um road-movie sobre a retomada da esperança após tudo que se conhecia ter chegado ao fim. Sem apelar para o pieguismo, o diretor e roteirista James Mangold finalmente deu aos fãs um longa solo digno de Wolverine, com toda a personalidade e marra que o carcaju merecia. (Hamlet Oliveira)

Tom Holland funciona como Peter Parker e como Homem-Aranha

Homem-Aranha: De Volta ao Lar, de Jon Watts (Crítica 1Crítica 2)

Interpretado por três atores diferentes no espaço de uma década, Peter Parker não vinha tendo sorte nas adaptações cinematográficas recentemente. Agora sob o guarda-chuva do Universo Cinematográfico da Marvel, o personagem parece estar entrando nos eixos para uma bem-sucedida trilogia. Ao trazer o Abutre (Michael Keaton) como antagonista principal, o filme consegue, enfim, mostrar que a Marvel ainda sabe construir um vilão com motivações que não envolvam a destruição da humanidade. O carisma de Tom Holland, aliado ao seu timing cômico, consegue trazer um ar juvenil que beneficia a história. (Hamlet Oliveira)

A partir da chegada em Londres, tudo fica mais soturno

Mulher-Maravilha, de Patty Jenkins (Crítica 1Crítica 2)

O longa de Patty Jenkins é um ponto histórico no cinema. Mostrou aos estúdios a necessidade de uma heroína que faça frente aos homens de capa (ainda que atrasado na missão) e, principalmente, seja referência em um mundo que flerta com o feminismo. A DC /Warner acertou por apostar na jornada do herói de Joseph Campbell, uma fórmula segura que não sai da mão dos grandes estúdios, ao invés de continuar na bagunça megalomaníaca dos filmes anteriores desse universo. Destaque para o tratamento atual que o roteiro deu para a personagem, algo tão característico das histórias de Diana Prince nos quadrinhos. (Rubens Rodrigues)

Peter Quill/Starlord (Chris Pratt)

Guardiões da Galáxia 2, de James Gunn (Crítica – Vol. 1)

Ao tentar o mesmo sucesso de seu antecessor, essa sequência falha em trazer o mesmo sentimento de originalidade do primeiro longa. A maior parte do humor soa forçada, mas esse problema empalidece diante do crescimento do universo e das possibilidades para o grupo comandado por Peter Quill (Chris Pratt). Apesar de óbvio, o vilão se encaixa bem na proposta de autoconhecimento do protagonista, além de mostrar a real importância de Yondu (Michael Rooker) para a história. (Hamlet Oliveira)

Lego Batman: O Filme, de Chris McKay (Crítica)

De longe, o filme de super-heróis mais divertido do ano. McKay não prometeu muito e entregou um produto na medida para as crianças e uma mina de referências e roteiro afiado para os fãs não apenas dos quadrinhos, mas da sétima arte. Em suma, um filme para todos os públicos, do jeito que o entretenimento precisa ser. Irreverente e respeitoso, Lego Batman entrega todos os “services” que os fãs buscam em outros títulos mais pretensiosos, diga-se. (Rubens Rodrigues)

Power Rangers, de Dean Israelite (Crítica)

A ranger amarela interpretada por Becky G. fica cara a cara com a vilã de Elizabeth Banks em “Power Rangers”

Despretensioso e assertivo na proposta de atualizar o clássico, Power Rangers estabelece uma origem mais verossímil e objetiva para os heróis, além de uma nova mitologia. A escolha de um grupo que foge do bom mocismo para se aprofundar nas problemáticas da autodescoberta também é um ponto alto, assim como o elenco diverso. A Rita Repulsa de Elizabeth Banks é uma versão sofisticada da vilã icônica, acertando os pontos de conflito e os tons de comédia sempre que necessário. (Rubens Rodrigues)

Thor: Ragnarok, de Taika Waititi (Crítica)

Sem se levar a sério em momento algum, esta primeira colaboração entre a Marvel e o diretor Taika Waititi trouxe reações mistas. Ao mesmo tempo em que o filme é, de fato, muito divertido, toda a sensação de diversão e brincadeiras constantes acaba reduzindo a quase nada qualquer peso das ações de Hela (Cate Blanchett). Contudo, o longa solidifica a personalidade de Thor (Chris Hemsworth) e entrega uma das melhores comédias do ano. (Hamlet Oliveira)

Liga da Justiça, de Zack Snyder (Crítica)

Fazer uma super equipe funcionar no cinema não é tarefa fácil, ainda mais quando os estúdios enfrentam uma série de problemas na realização. Liga da Justiça nasceu com o peso de estabelecer a equipe e acertar as contas com a crítica, mas escolheu um caminho genérico para se resolver. Roteiro expositivo e fotografia e montagem bagunçadas não deixam a experiência menos divertida, mas incomoda a insignificância do vilão. (Rubens Rodrigues)

Flash (Ezra Miller), Batman (Ben Affleck) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot)

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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