Lyoto Machida utilizou seus habituais chutes para contra-atacar e manter Hendo distante durante a co-luta principal do UFC 157 (Divulgação/UFC)

Lyoto Machida utilizou seus habituais chutes para contra-atacar e manter Hendo distante durante a co-luta principal do UFC 157 (Divulgação/UFC)

“Tenho chances de nocauteá-lo”. O plano de Lyoto Machida era ser o primeiro lutador a nocautear Dan Henderson. Mas, com atuação muito abaixo do esperado, o brasileiro por pouco não perdeu para o americano. O desempenho de Lyoto foi o suficiente para credenciá-lo a desafiante número 1 do cinturão da categoria. E para mostrar que ele ainda precisa melhorar.

Lyoto é um lutador bastante estratégico. Tem na esquiva e no contra ataque suas principais características. Fez lutas excelentes contra Rashad Evans, Maurício “Shogun” e Randy Couture. Na penúltima, contra Ryan Bader, um belo nocaute no contra golpe. O brasileiro define bem o seu espaço dentro do octógono, fazendo com que o adversário tenha dificuldades para golpeá-lo. No entanto, contra um Dan Henderson menos agressivo, Lyoto encontrou problemas.

Todos esperavam que Hendo fosse atacar bastante, como sempre fez, tentando nocautear mais um oponente. Mas isso não aconteceu. O americano economizou a sua mão direita, principal temor dos adversários. Com isso, o brasileiro teve poucas oportunidades para definir a luta como pretendia: em nocaute de contra golpe. Até que, com o desenrolar de uma luta equilibrada e indefinida, Lyoto precisou atacar. E ficou claro que esse foi seu maior defeito no combate.

Faltou garra, determinação, vontade de vencer. Mesmo no final do terceiro round, após ter ficado de costas para o chão, Lyoto deixou a desejar e poupou golpes. Alguns chutes foi tudo que o brasileiro conseguiu fazer no final do combate. Muito pouco para um lutador que já foi ex-campeão da categoria e que sonha recuperar o título. Pouco para quem quer vencer Jon Jones.

O brasileiro subiu ao octógono focado e bem preparado fisicamente. Continua muito bom na esquiva e nos contra golpes. Mas precisa ter mais garra. Atacar mais, arriscar mais. Principalmente porque seu próximo adversário provavelmente será o excelente Jon Jones. E, pela última atuação, o brasileiro corre perigo. É preciso melhorar se quiser conseguir o cinturão. Contra Hendo, Lyoto Machida venceu. Mas passou muito longe de convencer.

Em Tempo:

Após o evento, Dan Henderson disse que precisava ter sido mais agressivo. Mesma postura que era esperada do brasileiro. Os dois estavam preocupados demais em não ser nocauteado. Muita cautela e pouca determinação. Como resultado, uma luta chata.

Dana White cansou de dizer que lutas monótonas não interessam ao UFC. Na semana passada, a organização demitiu 16 lutadores e Jon Fitch – excelente lutador, mas “amarrão” – rodou. Até o final de 2013, mais 100 lutadores deverão dar adeus à organização. Ao confirmar que o brasileiro disputaria o cinturão da categoria, o mandatário cutucou: “Não foi a luta mais empolgante da história, mas, enfim, ele (Lyoto) é o próximo desafiante dos meio-pesados”. Cuidado, turma.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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