o_baile_do_simonalDefinitivamente, Wilson Simonal de Castro (1939-2000) foi um dos maiores intérpretes que o Brasil já teve. Seu canto unia ginga, balanço, malandragem, afinação e sensibilidade de uma forma que é difícil querer imitar. Relembrando a obra do velho Simona, o CD e DVD O Baile do Simonal, produzido por seus filhos Max de Catro e Wilson Simoninha, e lançado pela EMI, reune um time de estrelas que se reveza no microfone cantando da Bossa Nova à Pilantragem. Vamos ao faixa-a-faixa:

1. País Tropical – Seu Jorge até tenta repetir a pilantragem de Simonal, mas acaba se tornando muito burocrático.

2. CarangoSamuel Rosa, sem o Skank, se sai bem, mesmo sem dar a esta canção a ginga que ela merece. Pouco à vontade, ele aoposta no próprio carisma.

 

3. Nem Vem que Não Tem – Meio cantada, meio falada, esta canção caiu como uma luva nas mãos de Marcelo D2. Ele ainda marcou um gol de placa quando sampleou a própria voz de Simonal para os momentos cantados.
4. Mamãe Passou Açúcar em Mim – Embora seja filha de Martinho da Vila, Mart´nália não herdou a malandragem do pai. Intérprete sensível, ela teria se saído melhor em canções como “Não tem solução”.

5. Aqui É o País do Futebol – Filho do homenageado, Wilson Simoninha  herdou não só a voz como boa parte do talento do pai. Intérprete da melhor qualidade, ele dá um banho em Aqui é o país do futebol e ainda aproveita pra celebrar o seu Vasco.

6. Meia-volta ( Ana Cristina)Rogério Flausino, sem o Jota Quest, derrapa nesta que é uma das primeiras canções de Simonal. Embora seja um bom cantor, faltou escolher melhor a música.

7. Na Tonga da Mironga do KabuletêFernanda Abreu, como é do seu feitio, esbanja simpatia e graça neste clássico de Toquinho e Vinícius. Boa escolha.

8. Meu Limão, Meu Limoeiro – Assim como Mart’nália, Max de Castro tem talento de sobra, mas malandragem de menos. Melhor se tivesse procurado algo mais sério do repertório do pai.

9. Está Chegando a Hora – Filho de João Nogueira, Diogo Nogueira é um dos melhores intérpretes de samba da atualidade, mas, neste tributo, enfeitou tanto o próprio canto que em alguns momentos soa estranho.

10. Na Galha do Cajueiro – Ambos do grupo Exaltasamba, Péricles & Thiaguinho se saem bem neste samba de Tião Motorista. Cantam bem e trazem a música para o seu universo de pagode.

11. Vesti Azul – Acompanhado da sua guitarra, Frejat acrescenta pouco a esta bela canção de 1967. Ainda assim, o resultado é bom.

12. Que MaravilhaMaria Rita muda o andamento deste clássico de Jorge Ben e Toquinho e dá um show de afinação.

13. Mustang Cor de Sangue – O trio de ouro do Rock Brasileiro, Paralamas do Sucesso, repetem a canção que ele já haviam gravado no Songbook de Marcos Valle.

14. Balanço Zona Sul – Seria a melhor faixa do disco se Sandra de Sá não derrapasse em alguns momentos da letra. Inspirada pelo cantor que dividiu com ela Lobo bobo no disco Casa de Bossa (1997), Sandra sabe cantar e faz jus ao posto de Rainha do Black.

15. Terezinha – Canção ingênua dos primórdios de Wilson, ganha aqui um tratamento luxuoso da Orquestra Imperial (sem Rodrigo Amarante). Cheia de riminhas bobas e com poucos versos, ela ganha um tom bailístico e engraçado nos braços da trupe.

16. Lobo BoboEd Motta repete sua receita soul+funk+bossa e brinca com a voz neste clássico da Bossa Nova.

17. RemelexoCaetano Veloso refaz uma c anção prórpia do repertório mais obscuro de Simonal.

18. Sá MarinaAlexandre Pires canta com honestidade e leveza um dos maiores sucessos de Wilson Simonal.

19. Zazueira – Imagine o resultado de Lulu Santos lavando Wilson Simonal para um passeios nos bailes funks cariocas. Única faixa gravada em estúdio, Lulu sabe o que faz.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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