Foi nesse cenário que James Brown segurou o microfone e fez dele uma arma contra a onda de violência que assolava os Estados Unidos. Em Boston, capital de Massachusetts, ele armou sua lona de funk e metais e acalmou uma América revoltada pela perda de um herói. Essa é a história contada em O dia em que James Brown salvou a pátria, livro de James Sullivan, publicado pela Editora Zahar. Numa época em que sua voz gritava os anseios da população negra e entoava frases de efeito como Say it loud – I’m black and I’m proud, James Brown subiu ao palco do Boston Garden e cantou para um público ainda de sangue quente pelos acontecimentos do dia anterior. Rico, com boas vendagens e já com bons hits na bagagem – como I feel good, Papa’s got a brand new bag e o disco Live at Apollo -, Brown vivia sua fase de porta-voz contra a discriminação racial. A ideia inicial seria cancelar a apresentação em Boston, mas, temendo que as manifestações aumentassem, a apresentação foi mantida e ainda transmitida pela televisão, com ideia de que as pessoas ficassem em casa para assisti-lo. Com uma pitada de biografia do cantor e boas doses de relatos sobre o black power, o livro remonta em detalhes aqueles dias incendiários para o povo americano e os fatos que levaram Brown de Poderoso Chefão do Soul a uma lenda viva conhecida pelos seus escândalos.
Salvando a pátria
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