Uma coisa que já não é mais novidade é que carioca adora ser carioca. Razão ele tem. Mesmo já servindo de inspiração para músicos e poetas há muitas décadas, ainda hoje a Cidade Maravilhosa não deixou de ser uma musa inspiradora tanto pelas suas belezas quanto pelas suas mazelas. E foi justamente daquele pedaço abençoado por deus que o cantor e compositor Rogê foi tirar as imagens que compõem seu disco Fala Geral.

Rogê faz questão de provar sua carioquice logo na faixa de abertura que leva o mesmo nome do disco. Fala geral, a música, é uma bossinha de Gabriel Moura (parceiro de Seu Jorge) e Tatá Espala adocicada com o piano de Daniel Jobim e com as baquetas de Wilson Das Neves. Usando e abusando dos clichês que tratam do Rio de Janeiro, como o samba-rock, o morro e a favela, Rogê segue desfilando seu canto afinado por uma praia de canções assobiáveis. É o caso da delicada Amor à favela que inclui citação de “Ensaboa” de Cartola. Quando o assunto são as pistas, A nega e o malandro faz ponte com Minha Princesa e poderiam muito bem figurar em algum disco de Seu Jorge. Por falar neste rapaz, é dele e de Gabriel Moura a faixa São Geraldo que, segundo a explicação do encarte, trata de uma fazenda em Valença. Contando ainda com nomes como Arlindo Cruz, Marlon Sette, Christiaan Oyens, Zé Bigorna, Pretinho da Serrinha e muito outros, Rogê faz um disco simples, bonito e bem carioca.

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Pais mais Rogê:

www.rogebrasil.com.br

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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