O sonho de Diogo Nogueira era ser jogador de futebol. Chegou a tentar, mas uma lesão no joelho acabou jogando o rapaz de vez no samba. Com três Cds e dois DVDs na bagagem, Diogo se apresenta amanhã no Iate Clube, aqui em Fortaleza, com o seu show Sou Eu Ao Vivo. Numa entrevista por email ao DISCOGRAFIA, ele conta que no repertório desta apresentação vão estar clássicos do samba e composições próprias. Acompanhe abaixo a entrevista completa:

DISCOGRAFIAComo será o show que você vai trazer a Fortaleza neste sábado?

Diogo Nogueira – Estamos preparando um show especial, com os maiores sucessos da minha carreira, clássicos do samba, composições do CD Tô fazendo a minha parte, além de algumas novidades que estão no meu novo CD e DVD Sou Eu.

DISCOGRAFIA Neste segundo registro ao vivo, você dividiu o palco com grandes nomes como Chico Buarque e Alcione. Queria que você falasse como foi a gravação.

Diogo Nogueira – Gravamos o Sou Eu em julho desse ano, no palco do Vivo Rio (Rio de Janeiro) e posso dizer que foi um dos momentos mais especiais na minha carreira. Contei com a participação de artistas que eu admiro e que são referências na música brasileira, como Chico Buarque, Ivan Lins, Alcione e Hamilton de Holanda. Além de tudo, tenho uma relação pessoal e afetiva com cada um que participou do projeto, o que também contribuiu para que essa noite se tornasse ainda mais especial. O resultado ficou bem bacana e espero o público aprove.

DISCOGRAFIAComo filho de João Nogueira, imagino que você conviva com o samba desde a infância. Como veio a decisão de cantar profissionalmente?

Diogo Nogueira – Convivo com a música brasileira desde criança e sempre gostei de samba, mas cantar não estava nos meus planos. O meu sonho era ser jogador de futebol, mas quando eu jogava no Cruzeiro de Porto Alegre, em 2004, acabei me lesionando no joelho e tive que abandonar os campos. A partir daí, começaram a surgir os primeiros convites para canjas em shows. Acabei me apaixonando por essa nova profissão e resolvi seguir em frente como cantor e compositor.

DISCOGRAFIA A primeira vez que você cantou para uma plateia, foi num show junto com o seu pai. Quando foi isso e qual a sensação de ver 30 mil pessoas na sua frente?

Diogo Nogueira – Na verdade, eu já havia participado de alguns shows do meu pai, mas teve um show no Pelourinho, no Dia Nacional do Samba, acho que em 1998, que senti uma responsabilidade maior em dividir o palco com ele com tanta gente na plateia.

DISCOGRAFIAQuando o João morreu, você tinha 19 anos e ainda não tinha entrado na carreira de músico. O que você traz hoje de lições deixadas por ele?

Diogo Nogueira – Muita coisa. Meu pai é uma grande referência na minha vida e na minha carreira. Aprendi com ele a ser correto, ter humildade, a estar sempre de bem com a vida. São ensinamentos que procuro pôr em prática em tudo o que faço.

DISCOGRAFIA Além do João, o Roberto Ribeiro é uma referência para seu trabalho. Queria que você falasse sobre ele. O que mais lhe impressiona nele?

Diogo Nogueira – Costumo dizer em meus shows que o Roberto Ribeiro é um dos maiores intérpretes da nossa música. Gravei Vazio em meu primeiro DVD e, sempre que posso, faço uma homenagem para ele nos meus shows.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=-mdeGLUEzdA&feature=related[/youtube]

DISCOGRAFIAFalando em João Nogueira e Roberto Ribeiro, eles foram grandes sambistas, como também Noite Ilustrada e Nelson Sargento, mas todos são bem pouco lembrados. Você acha que ainda existe algum tipo de resistência para esses nomes serem mais reconhecidos?

Diogo Nogueira – Acho que o samba vem ocupando cada vez mais espaço na mídia e espero que artistas tão importantes como meu querido amigo Nelson Sargento possam ser cada vez mais reconhecidos pelas novas gerações. O Nelson participou do meu videoclipe, que foi indicado a “Clipe do Ano” na MTV, assim como Monarco, Tia Surica, e outros amigos. Ainda falta espaço, mas aos poucos a gente vai chegando lá…

DISCOGRAFIAComo está sendo a experiência como apresentador de TV?

Diogo Nogueira – Essa é uma experiência nova na minha vida e eu estou adorando. A cada gravação do Samba na Gamboa, da TV Brasil, aprendo uma coisa diferente, o que é sempre muito bom, além de me divertir também. Já tive a oportunidade de cantar e conversar com vários nomes importantes do samba brasileiro, como, Beth Carvalho, Paulinho da viola, Martinho da Vila, Jorge Aragão, João Bosco, Jorge Benjor, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, entre outros. Agora o programa está de férias, mas em 2011, voltamos a gravar.

DISCOGRAFIAVocê já conseguiu emplacar quatro enredos para a Portela. Existe uma forma ou fórmula de compor samba-enredo?

Diogo Nogueira – Acho que não existe uma fórmula. O importante é ter amor e dedicação naquilo que se faz. Espero ajudar a minha querida Portela brilhar na Avenida por outros anos.

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DISCOGRAFIANo começo deste ano, você participou do Carnaval de Fortaleza num show aberto na Praia de Iracema. O que você lembra deste show?

Diogo Nogueira – Foi um show ótimo e me lembro que existia uma homenagem ao Fausto Nilo. Decidi, então, cantar no show a música Pedras que cantam e fizemos pela primeira vez uma leitura dela com a minha banda. Foi tão legal que resolvi gravar no meu novo DVD.

DISCOGRAFIAE o que o público vai ver de novo no show deste sábado?

Diogo Nogueira – Vou apresentar algumas músicas inéditas, que estão no meu novo DVD, além da minha nova música de trabalho, Me leva, de Toninho Geraes e Serginho BH, que foi sucesso na voz do cantor Agepê nos anos 80.

>> Para mais: www.diogonogueira.com.br

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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