Em 2002, ela tomou as rádios com um pedido doce e irresistível de casamento, além de confessar que tinha medo de escuro. Quatro anos depois, voltou para oferecer um amor de cinema e convidar a todos para um bom banho de chuva. O tempo passou, e ela já desejava boa sorte ao amor que partiu com a novela das oito. Assim é Vanessa da Mata, 34 anos, cantora e compositora de Alto Garças, Mato Grosso, que transforma eventos corriqueiros e aparentemente banais, como uma mangueira no quintal ou uma senhora com uma lata na cabeça, em música e poesia.

Sem muitas firulas, é esse seu jeito íntimo de compor que faz da sua música algo particular. “Tem assuntos que não são meus, mas eles acabam se tornando por que eu os tomo pra mim. Os meus discos são muito íntimos, têm muito da minha vida, da minha forma de agir, do meu humor. Mas, são mais personagens. Imagina se eu fosse viver todos os romances, já pensou?”, brinca a cantora por telefone, depois da passagem de som em Beberibe. Tiradas do seu quarto disco de estúdio, “Bicicletas, Bolos e Outra Alegrias”, lançado no ano passado após um primeiro registro ao vivo, Vanessa da Mata apresenta esta noite no Parque do Cocó canções novas, como “O tal casal” e “Bolsa de Grife”, e sucessos de carreira como “Ai, Ai, Ai”, “Não me deixe só” e “Ainda bem”.

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Convidada do projeto Férias no Ceará, Vanessa da Mata interrompeu suas férias para apresentar pela primeira vez em Fortaleza a nova turnê do seu novo trabalho. “É um disco muito elogiado. O público está gostando. Dizem que é o meu melhor disco, mas eu fico em dúvida”. Para ela, inclusive, foi uma surpresa saber (durante a entrevista) que seu segundo disco, “Essa boneca tem manual” (2006), foi apontado pela Folha como um dos 50 mais representativos da década passada. “Foi mesmo? Concordo em gênero, número e grau”, riu antes de supor, “deve ser pela composição, pela atitude, pelo sucesso que aconteceu, o estouro”.

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Passando ainda por Crato e Itapipoca (“o nome é maravilhoso”), além de Beberibe, ela e a banda formada por Gustavo Ruiz (guitarra), Donatinho (teclados), Stephane San Juan (bateria), Maurício Pacheco (guitarra) e Kassin (baixo) também têm aproveitado um pouco da nossa terra. “Já sou uma habitué de Fortaleza e da região. Já rodei as praias de carro, adoro as falésias”. Mas, no assunto trabalho, ela confessou ser uma workaholic que está ansiosa pelas apresentações no interior cearense. “Eu adoro show aberto, principalmente em cidade pequena. Como sou de cidade pequena, isso tem um charme ingênuo que eu gosto. Vou ver personagens típicos de todas as cidades de interior”. E já adianta a quem for assisti-la ao vivo. “Espero que seja cada vez mais o melhor. Eu vou me divertir muito e acho que vocês também vão. Por que sempre foi assim”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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