A rainha do rock brasileiro, Rita Lee, disponibilizou todas as suas músicas para audição gratuita em seu site oficial. Ao todo, são 32 discos, incluindo a fase Mutantes, Tutti Frutti e Roberto de Carvalho. Todas as mais de 300 faixas vão poder ser ouvidas do começo fim. Lançada em 1968 com o disco Os Mutantes, Rita Lee lançaria outros quatro discos com o trio paulista antes de se lançar com artista solo em 1975 com o excepcional Fruto Proibido. Seu primeiro trabalho com assinatura própria foi Build Up (1970), lançado por insitencia da gravadora e por conta de uma série de shows que ela vinha fazendo em desilfes de moda e happenings. De fato Build Up (que contou com o Mutante Arnaldo Baptista e com o lendário Lanny Gordin nos créditos), Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida (1972) e Atrás do porto tem uma cidade (1974) são trabalhos de transição, entre o solo e os Mutantes. No momento, Rita se prepara para lançar outros dois trablhos ainda este ano. Um deles será com versões bossanovistas de trilhas clássicas da Disney. O outro será um trabalho de inéditas.

>> Dicas:

Apesar de deter uma penca de canções de sucesso que não saem da cabeça até de quem não é fã, Titia Rita de Sampa tem um monte de lados B que merecem ser ouvidos. Seguem aí uma lista deles em cada disco:

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1 – Adeus, Maria Fulô (Os Mtantes – 1968)

Homenagem ao mestre Humberto Teixeira feita por um bando de moleques roqueiros. Absurdo? Que nada, pura competência.

2 – Qualquer bobagem (Os Mutantes – 1969)

Parceria seminal do trio com o baiano Tom Zé. Casamento perfeito. Não por acaso, Rita está de véu e grinalda na capa.

3 – Meu refrigerador não funciona (A divina Comédia ou Panis et Cirsenses – 1970)

Meio blues, meio tiração de sarro, meia calabreza. Sérgio e Arnaldo atiçaram Rita a imitar Janis Joplin. Muito bom o resultado encorpado peo piano elétrico.

4 – And I love Her (Build up – 1970)

Trinta anos antes de lançar Aqui, Ali em Qualquer Lugar, Rita assina seu atestado e fã dos Beatles. Depois ela diria que era mais chegada nos Stones. Whatever…

5 – Baby (Jardim Elétrico – 1971)

Versão mutante para o clássico de Caetano Veloso. Rita começa a ser colocada em segundo plano na banda, aparecendo mais em vocais.

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6 – Vida de Cachorro (Mutantes e Seus Cometas no Planeta dos Baurets – 1972)

A capa traz uma rita com asas, pronta pra levantar voo da banda. Antes, ela registrou essa baladinha a la Dama e o Vagabundo com uma vozinha pra lá de meiga.

7 – Vamos tratar da saúde (Hoje é o primeiro dia … – 1972)

Numa capa que sugere o resultado das muitas experiências com drogas, Rita prefere falar sobre tratar da saúde.

8 – Yo no creo pero… (Atrás do porto tem uma cidade – 1974)

Rita Lee resume os novos tempos entre crises nos Mutantes e ditadura com versos do tipo, “eu não creio em brujas, mas que elas existem, existem”

9 – Cartão postal (Fruto proibido)

Blues classudo com letra do mago Paulo Coelho. Fruto Proibido é apontado por muitos como o melhor trabalho de Rita Lee.

10 – Corista de Rock (Entradas e Bandeiras – 1976)

Auto avaliação sobre estar à frente do Tutti Frutti. Sem papas na língua, ela confirma seu compromisso com a carreira.

11 – Back in Bahia (Refestança)

Rock 10 de Gilberto Gil sobre a dureza de sua estada em Londres. Rita joga seu molho com elegancia.

12 – Agora é moda (Babilônia – 1978)

Rita desfila numa espécia de rap pré-histórico coisas que estavam começando a fazer parte da vida como bionicar o corpo inteiro e sair nua em capa de revista.

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13 – Chega mais (Rita Lee – 1979)

Uma de suas canções mais contagiantes dos novos tempos discoteque. Acabaou aclipsada pelo sucesso de Mania de Você.

14 – Shangrilá (Rita Lee – 19980)

Balada arrasadora, meio Billie Holiday, sobre um encontro idílico do outro mundo.

15 – Favorita (Saúde)

Baladinha açucarada, estilo anos 80. Nada demais, não fosse cantada pelo mestre Roberto de Carvalho.

16 – Barriga da mamãe (Rita Lee e Ropberto de Carvalho – 1982)

Com seu jeito irônico, Rita desfila as desgraças contemporâneas e encerra pedindo “quero voltar invisível pra dentro da barriga da mamãe”.

17 – Bobos da Corte (Bom Bom – 1983)

A letra curtinha resume uma pitada da poesia de Rita, falando sobre amor e circo. Poderia virar um samba.

18 – Yê Yê Yê (Rita e Robero – 1985)

Rockão básico que, assim como Glória F, traz participações luxuosas de astros do então nascente rock nacional.

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19 – Blue moon (Flerte Fatal – 1987)

Versão ritalística para um clássico do jazz. Bonitinho, bobinho e pronto pra virar uma cantada apaixonada.

20 – Cecy bom (Zona Zem – 1988)

Mais uma das versões da mestra. Aqui ela brinca com o francês como quem quer deixar henri Salvador de cabelo em pé. Aliás, só ela pra rimar toilette com confete.

21 – La Miranda (Rita Lee e Roberto de Carvalho – 1990)

Num de seus melhores discos, Rita faz uma justa homenagem à diva Carmem Miranda. Em seguida vem a bossa cortante La Javanaise. Excelente.

22 – Vírus do Amor (Bossa and Rool ao Vivo – 1991)

Antecipando a onda de acústicos, Rita Lee aproveita uma crise com Roberto de Carvalho para lançar um trabalho voz e violão. Como se bastasse um dueto com Gal Costa, a progressiva Vírus do Amor ganha arranjo enxuto para cordas.

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23 – Drag Queen (Rita Lee – 1993)

Apesar do repertório fraco, ainda sem Roberto de Carvalho, Rita faz uma homenagem trilígue às drags.

24 – Todas as mulheres do mundo (A Marca da Zorra – 1995)

Disco esquecido e injustiçado, traz Tia Rita de volta à velha pegada rock, aliás, como nunca tinha feito antes. Todas as mulheres resume o peso da coisa.

25 – Santa Rita de Sampa (Santa Rita de Sampa – 1997)

De volta aos trilhos com Roberto, Rita grava uma trabalho com alto invetimento e recheado de boas músicas. A música título é uma auto-homenagem.

26 – Coisas da Vida (Acústico MTV – 1998)

Pronto para estourar, Rita volta volta ao acústico com as bençãos da MTV. Só clássicos recheado de boas participações. Coisas da Vida é uma balada há tempos esquecida.

27 – Baby (Technicolor – 2000)

Gravação em inglês esquecida dos tempos dos Mutantes e relançada com um rapoio de Kurt Cobain e Sean Lennon, fãs confessos. Retrato da delicadeza.

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28 – Rebeldade (3001 – 2000)

Rock cheio de energia feito com o filhão Beto Lee. Ao que me parece, uma homenagem a Dercy Gonçalves.

29 – Michelle (Aqui, Ali, em qualquer lugar – 2001)

Rita Lee + Beatles + Bossa Nova = sucesso. Não poderia ser diferente esta fórmula. Michelle se destaca pela mistura de línguas. Mas o disco todo merece ser ouvido em dia de chuva.

30 – A Gripe do Amor (Balacobaco – 2003)

Dance music produzida pelo DJ Memê Mansur que passou batida por Fortaleza. Uma das melhores de um disco recheado de boas composições.

31 – Ando Jururu (MTV Ao Vivo – 2004)

Da velha canção já revisitada ao lado de Raimundos, Rita Lee brinca com a lisergia impregnada na letra. Pura gozação.

32 – O bode e a cabra (Multishow Ao Vivo – 2009)

Velha brincadeira de Renato Barros com I want to hold your hands de Lennon e McCartney. Brincadeira feliz em meio a um disco fraco.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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