Os Paralamas do Sucesso acabam de colocar nas lojas o disco Multishow ao Vivo Brasil a Fora, com o registro da turnê Brasil a Fora. Sem perder tempo, eles também já anunciaram material inédito para 2012, quando a banda completa seus 30 anos de estrada. Ao mesmo tempo, o vocalista e guitarrista Herbert Vianna anuncia que vai lançar seu quarto disco solo, reunindo composições que foram entregues a outros intérpretes. Enquanto os discos novos não chegam, vamos lembrar algumas pérolas guardadas na discografia da banda:

Cinema Mudo (1983) – Apesar de cultuada hoje em dia, Vovó Ondina é gente fina nunca chegou a ser propriamente um sucesso. Trata-se de uma homenagem à avó de Bi Ribeiro, que abrigou os ensaios na banda nos primeiros momentos.

O Passo do Lui (1984) – Quase um greatest hits, o disco trazia o sucesso arrasa-quarteirão Óculos. Mas, lá pelo finzinho, Menino e Menina é uma balada animadinha que fala sobre um casal a la Eduardo e Mônica.

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Selvagem? (1986) – Um dos discos mais importantes da história da música pop brasileira. Selvagem? é o retrato do encontro da banda com o reggae jamaicano, ritmo que pouca gente valorizava até então. Escondido no repertório, a bela A dama e o vagabundo fala sobre um casal… Bom, melhor ouvir.

D (1987) – Gravado ao vivo no festival de Montreux, o disco traz como destaque um medley com Selvagem e Polícia, dos Titãs.

Bora Bora (1988) – Ainda marcado pela batida do reggae, o disco se completa com a balada chorada Quase um segundo e o rock garajeiro Uns dias. Herbert Vianna já andou dizendo que essa última seria sua composição preferida.

Big Bang (1989) – Para além da clássica e excepcional Lanterna dos afogados, esse é o disco que traz a banda de volta para uma postura mais rock (se é que algum dia eles deixaram de ser). Uma boa dica aqui é Esqueçam o que te disseram sobre o amor. Tocou no rádio, mas ficou esquecida.

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Os Grãos (1991) – Tido como difícil pela crítica, o disco traz uma série de experiências sonoras com percussão baiana, rock latino e orquestra. Muitos destaques podem tirados, mas um bom lado B é A outra rota.

Severino (1994) – Mais experimental ainda, Severino é um encontro da banda com um Nordeste nada caricato. Impossível apontar uma num disco tão forte. Mas, pelo exercício, escolho a pesada Rio Severino.

Vamo batê lata (1995) – Quem diria que um disco tão impopular, geraria uma turnê e um dos discos mais vendidos da carreira do trio. Gravado ao vivo e incluindo um bônus com quatro músicas de estúdio, Vamo batê lata foi puxado pelo mega hit Uma brasileira.

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9 Luas (1996) – Gozando de um prestígio gigantesco, eles mantém o pique com 9 Luas. Entre rocks e latinidades, três baladas merecem destaque. Sempre te quis ganha registro próprio após interpretação de Daniela Mercury. Na nossa casa bota mais delicadeza na despedida. E Um pequeno imprevisto se despede com mais delicadeza.

Hey Na Na (1996) – Um disco pra cima cheio de rocks e baladinhas. Mas, já quase chegando ao fim Viernes 3 am embaralha tudo. Nunca os Paralamas soaram tão angustiados.

Acústico MTV (1999) – Entre covers e participações, o disco recria sucessos de 15 anos de carreira. Impossível não se emocionar com o arranjo de Tendo a lua, pescada de Os Grãos.

Longo caminho (2002) – Lançado sob a emoção da recuperação de Herbert Vianna após o acidente de ultraleve, o disco traz três características: as músicas foram compostas antes do acidente; a maior parte das músicas é feita só pelo trio; e o peso do rock é quem manda. Running on the spot é um rocka quadrado de Paul Weller, do The Jam.

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Uns Dias Ao Vivo (2004) – projeto ao vivo, longo e cheio de participações, mostra a banda em formação enxuta e também cercada pelos músicos contratados. Feito pra tocar no churrasco do domingo, é curioso ouvir Djavan errar a letra de Lanterna dos Afogados.

Hoje (2005) – Disco de composições inéditas, pós-acidente, acabou sendo menos ouvido do que merecia. Destaque para Soledad Cidadão, parceria bilíngue de Herbert e Mano Chao.

Brasil Afora (2009) – De volta ao vleho estilo paralamico dos anos 90, o disco marca um reencontro da banda com o nordeste. Ponto para Mormaço, cantada ao lado de Zé Ramalho.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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