Marcado para começar às 19h do sábado (3), a Praça Verde do Dragão do Mar começou bem vazia (talvez por conta do preço salgado do ingresso) para uma maratona de bandas locais. Louka Paixão, Fina Flor e Bateria Tom Maior foram algumas das bandas que foram passando pelo palco à medida que o público ia chegando. Quando Carlinhos Palhano e seu Samba de Mesa subiram, já era grande o número de vozes para fazer coro na série pagodes e partidos altos que ele fez. Destaque inclusive para uma homenagem à madrinha do samba cearense, Dona Mocinha, falecida em abril deste ano.
Depois de uma apresentação bem abaixo da média feita pelo grupo paulista Som Mulheres, chegou a hora da principal atração da noite. Guiados pela voz do mestre Monarco, a Velha Guarda da Portela fez o que sabe fazer melhor, um encontro dos maiores compositores brasileiros. Num repertório que fez o Dragão do Mar dançar por mais de uma hora, eles emendaram Cartola, Nelson Sargento, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Nelson Rufino e muitos outros.
Numa noite que ainda ia contar com os sambas enredo do Neguinho da Beija-Flor, a Velha Guarda impôs respeito e elegância ao som de Lenço, Vai vadiar, Foi um rio que passou em minha vida e tantas outras. Mesmo beirando os 80 anos, Monarco mantém um grave bonito e o título de um dos maiores de sambistas do Brasil. Seguro e experiente no seu ofício, ele comandou a batucada e suas pastoras até a madrugada. Já com a casa mais cheia, todos cantaram, dançaram e reverenciaram um dos grupos mais tradicionais da música brasileira.