Por Camila Holanda (@camilasholanda)

As arquibancadas do Anfiteatro da Beira Mar estiveram mais agradáveis no último domingo, 6. À noite, elas ainda estavam mornas do sol que incidira durante todo o dia. Mesmo assim, crianças e adultos ocuparam-nas para assistir ao show da curitibana Thaís Gulin.

Antes de começar a apresentação principal, o grupo The Trio abriu a noite com um repertório, digamos, fraco, mas que animou a plateia. Mimi Rocha, Ricardo Pontes e Nélio Costa, três músicos excelentes, deixaram a desejar em uma apresentação sem ousadia. Ainda assim, pessoas de diferentes gerações foram atraídas pela proposta do grupo de levar canções que marcaram os anos 1970, 1980 e 1990.

Por volta de 20h30, Thaís Gulin subiu ao palco, pela primeira vez em Fortaleza. Elegante e despojada, usando vestido e tênis, ela conseguiu deixar o público à vontade. Já nas primeiras músicas, as pessoas foram levantando-se acanhadas, mas logo soltaram-se a dançar levemente.  No calor da cidade,  lembrado pela curitibana, o show durou pouco mais de uma hora.

Um  repertório de  belas canções, como Cinema Americano e História de Fogo,  pareceu arrancar do público palavras não ditas, sentimentos esmagados e  ânsias frustradas. Thaís cantou os anseios sentimentais de quem a assistiu. Fosse de um relacionamento efêmero em Garoto de Aluguel (Zé Ramalho), fosse de uma paixão em Cama e mesa (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos). No roteiro, não poderia faltar, claro, a contribuição de seu valentine Chico Buarque, com Se eu soubesse, canção gravada pelo casal no disco Chico, lançado em 2011.

A noite foi encerrada com o bis de Cinema Americano em um pot pourri com Baby Got Back, de Sir Mix-a-Lot (aquela que diz: I like big but and I cannot lie). Os aplausos traduziram a receptividade do público, que, mesmo não conhecendo bem quem estava em cima do palco, decerto, não vai esquecer. O fato é que a apresentação de Thaís Gulin superou as expectativas e surpreendeu. A começar pela espontaneidade da moça e sua linda voz, que, ao final da noite, já haviam conquistado até quem caminhava pelo calçadão da Beira Mar.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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