Por Camila Holanda (@camilasholanda)
Com 40 anos de carreira, o repertório de Célia sempre teve uma forte influência do samba, como Nei Lopes, Benito di Paula, Chico Buarque, Elton Medeiros, e quem acompanha o trabalho dela sabe que é algo atípico, um projeto especial. No entanto, remexendo no passado, gravar Roberto não é algo, assim, tão inédito na carreira dela. Antes de seu primeiro Long Play, um compacto simples foi gravado com a composição Nasci numa manhã de Carnaval, composição do homenageado com seu grande parceiro Erasmo Carlos. Outro registro foi em 1972, no segundo LP da carreira de Célia, com a A hora é essa, da mesma dupla.
A primeira faixa do disco é bem conhecida na voz de Roberto. Abandono, composição do grande Ivor Lancelotti, já faz suspirar. A quinta faixa, com Quero ver você de perto, é uma bela contribuição de Benito di Paula, mas não é samba. O grande destaque do disco vem em seguida. Jogo de damas, composição de Milton Carlos e Isolda, foi rearranjada em um tango e bem encaixado na rouca voz de Célia. O disco tem arranjos simples e abre espaço pra voz forte e carregada de emoção da cantora.
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Outros românticos é para ser apreciado, degustado e sentido aos poucos. Com a paixão presente em todas as faixas, é daqueles discos para remoer elegantemente as pequenas e grandes dores de amor e, na falta, até inventá-las, para não perder a oportunidade de fazer cena.