[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=UXuJurkH1_A[/youtube]

94 pessoas em 400 horas de entrevistas. Esse é a contabilidade do diretor Walter Carvalho para fazer o filme O Começo, O fim e o Meio, sobre a vida maluca do Maluco Beleza Raul Seixas. Não ter preguiça de procurar e achar pessoas parece mesmo ser o único caminho para se desvendar os segredos da vida atribulada do roqueiro baiano que viveu como seus ídolos setentistas Lennon e Elvis, ou seja cercado de talento, música, fãs e drogas. No caso de Raul, os excessos o mandaram num disco voador para outro plano em 21 de agosto de 1989, com uma série de problemas de saúde que foram resumidos em pancreatite. No entanto, nem a enfermidade foi capaz de apagar a imagem do anti-herói que deixou pra trás uma das obras mais ricas e belas da MFB (música fiosófica brasileira). Quer realmente saber quem foi Raul, pare agora, leia cada letra que ele escreveu e tente ver se você realmente concorda com o que está posto. Dessa forma você descobrir que ele ia um tanto à frente do que você está pronto para concordar.

E esse é o grande desafio de O Começo, O Fim e o Meio, exibir todas as ideias, propostas, incoerências e coerências do bardo. Já bastante elogiado por quem viu (Fortaleza ainda vai esperar um pouco), o filme traz depoimentos sinceros de Paulo Coelho, Caetano Veloso, Tom Zé e das ex-esposas Kika Seixas, Tania Menna Barreto, Lena Coutinho e Gloria Vaquer. Na cola do filme, como de praxe, sai junto uma coletânea dupla com 28 faixas e nenhuma surpresa. Só os velhos hits, que não deixam de ser ótimos.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles