Em 2011, o público cearense ficou decepcionado com a edição do Ceará Music. Não que os shows eletrônicos tenham sido ruins. De forma nenhuma. Mas, pra quem conhecia o modelo que apostava na variedade e nas bandas nacionais (e internacionais depois da vinda do Black Eyed Peas no ano anterior), acabou ficando órfão de um espaço pra cantar e dançar. Mas, ao que parece, os problemas estão resolvidos. Uma coletiva realizada ontem (8) na sede da D & E Entretenimentos anunciou o primeiro time de atrações que vem a Fortaleza este ano. Lembrando da minha expectativa em 2001 para a primeira edição do evento, posso afirmar certamente que as atrações prometidas para 2012 reavivaram a velha sensação. Mesmo que nem todas as atrações estejam no meu time de preferidos, seria leviano dizer que o Ceará Music 2012 não tem tudo pra ser um grande momento. Vamos começar pelos internacionais:

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1. Evanescence – Realmente, acho o Evanescence um pop adolescente com cara de mau. Mas é fato que Amy Lee e sua tchurma fazem uma grande apresentação e tem um público cativo em boa parte do mundo. Com um forte aparato musical, eles se definem como góticos com pitadas de metal. Por aqui, eles apresentam a experiência de quase 20 anos de banda.

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2. The Used – Essa realmente eu não conheço. Mas, só em dizer que é “uma referência no post-hardcore atual”, provavelmente já vão ter um público cativo. Porém, se, assim como eu, alguém que esteja lendo este post não conhece os rapazes, lá vai: formada em 2001 por  Bert McCracken (vocais), Quinn Allman (guitarra), Jepha Howard (baixo) e Dan Whitesides (bateria), o The Used já conta com nove discos lançados e uma pá de singles. O mais novo é o Vulnerable, lançado este ano. Entre os hits da carreira, A Box Full of Sharp Objects, On My Own, Blue and Yellow e The Taste of Ink.

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3. Mick Hucknall – Agora sim é classe. O ex-vocalista do Simply Red é um dos melhores cantores da música pop. Quem tem pra lá dos seus 30 anos de vida, deve se emocionar com sucessos como Fairground e Holding back the years. Em carreira solo há alguns anos, ele já lançou um tributo ao soul singer Bobby Bland, que fez pouca fama. Ainda assim, se Mick lançar mão dos muitos sucessos da banda que ele liderou por 25 anos, esse sim vai ser o grande show do ano.

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4. Ali Campbell – Esse rapaz é um capítulo à parte na história. Depois de 30 anos à frente do UB40, Ali largou em 2009 a banda que ajudou a fundar. Referência nos anos 80, o grupo marcou por difundir os ritmos jamaicanos pelo mundo, principalmente o reggae. Também não está entre os meus preferidos, mas o UB40 faz parte da história da música pop internacional e merece respeito por isso.

Agora as nacionais:

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1. Charlie Brown Jr – Surgiu com fome de bola no fim dos 90, mas logo se perdeu entre polêmicas e problemas internos. Tendo um dos melhores baixistas da sua geração, o Champignon, eles se apresentaram com um skate rock adolescente que, ainda hoje, se nega a crescer. Um disco que vale ouvir, o Acústico MTV (perdão pela rima) por tirar o quarteto da inércia. Depois, o cantor Chorão botou toda a banda pra fora, contratou novos músicos e nunca mais encontrou o sucesso de outrora.

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2. O Rappa – Depois de um período sabático, o Rappa está de volta já dando os primeiros passos numa carreira internacional (eles tocaram no Lollapalloza, em Chicago). Eles merecem. Donos de um som vigoroso e de um discurso afiado, eles fazem um show dos melhores que existem. E olha que nem tm muita invenção. Só música.

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3. Pitty – Cria dos novos tempos, Pitty tem sido apontada por muitos como a nova grande voz feminina dentro do rock nacional. De fato a bela moça tem postura e carisma suficiente. No Ceará Music de 2011, ela fez uma apresentação acima da média que levantou até o público não fã. Pra quem quer uma boa dica, ouça o bom Chiaroscuro.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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