Mesmo sem nunca ter tido reconhecimento internacional, tampouco nacional, o sax-tenorista Juarez Assis de Araújo também cravou seu nome com louvor na história do samba-jazz. Natural de Surubim, Pernambuco, o músico lapidou seu estilo tocando em bandas, igrejas e bailes até a revista Downbeat o apontar como um dos cinco grandes nomes do sax-tenor no mundo. “Grandes tenoristas como Sonny Rollins e Stan Getz conseguem expor com maestria sambas da Bossa Nova, mas perdem de longe para Juarez por falta de apoio rítmico”, aponta o cronista Sérgio Porto, na contracapa de Bossa Nova nos States, um dos três discos do músico que estão sendo relançados pelo selo Discobertas. Além deste título de 1962, também estão saindo em CD Masterplay Goes to New York (1963), todo com repertório internacional, e O inimitável Juarez (1962), que vai de Samba de uma nota só, de Tom Jobim e Newton Mendonça, até Bewitched, clássico de Richard Rodgers e Lorenz hart. Tendo sempre o balanço ao seu lado, Juarez virou uma espécie de lenda que passou a ser mais cultuada com o tempo. Falecido em 2003, 17 anos depois de ser declarado erroneamente como morto, ele ainda desafia a realidade com som seu mágico.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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