Apontado como o melhor grupo de música regional pelo Prêmio da Música Brasileira 2009, o quinteto Fim de Feira defende uma leitura moderna para os sons que vêm do “norte” do País. Formado por Bruno Lins (vio­lão e vocal), Tonzinho (cordas), Lucivan Max (per­cus­são e efei­tos), Antônio Muniz (san­fona), Jean Brow (baixo) e Márcio Silva (bateria), o grupo nasceu em 2004, na frutífera Recife e já contam com um disco na bagagem, A revolução dos pebas. Eles agora voltam com um novo trabalho, intitulado De todo jeito a gente apanha. Trabalho independente, com produção de Yuri Queiroga, o disco vem encartado num belíssimo projeto que agrega um livrinho elegante e fotos bacanas. Na parte musical, o Fim de Feira busca liquidificar forró, xote, frevo com alguma coisa de rock e carimbó. O resultado mescla bons momentos de criatividade com algum teor meramente comercial. Das 11 canções de De todo jeito a gente apanha, nove são de autoria de Bruno Lins e Tonzinho. Entre os destaques, a faixa título é um frevo vigoroso, pontuado pela guitarra de Tonzinho. De onde vem o sossego e Meu baião apostam na delicadeza e na doçura e recebem um bom tratamento de sanfona de Antônio Muniz. Com arranjo grandioso e cheio de climas, Canário miudinho recebe Elba Ramalho em tom oratório. Outro convidado do trabalho é Silvério Pessoa, que divide com Bruno os versos ágeis de Coco Veloz. Acrescentando ainda a instrumental Choro a Jacaré (Tonzinho), De todo jeito a gente apanha encerra com Alvorada jardim, um pedido poético para que volte a chover no sertão. Assim como essa, o disco traz outras boas intenções, o que pode significar bons momentos para o futuro da banda.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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