Por Hamilton Nogueira (hamiltonnogueira1@gmail.com)
Em pouco tempo a “notícia” do primeiro filho vai ser vendida. Depois venderão a traição e a separação. E muita gente comprará a revista sem conteúdo ou clicará no link redigido de forma sedutora, achando que não há mal nenhum nessa prática. Há sim. E o mal é a própria sanha pelo dinheiro à qualquer custo.
Uma vez que não são artistas porque não desenvolvem nenhuma arte, produtos midiáticos como o Naldo geram negócio para um batalhão de gente usando o artifício exclusivo da exposição. Mas o mais cruel na roda-viva da exposição não é vender uma imagem vazia de sentido na forma de um produto artístico, mas sim quando o Deus-Mercado transforma artistas verdadeiros em produtos descartáveis. Esse processo é ainda mais cruel, e aconteceu recentemente com uma dupla de músicos cearenses, antes primorosos, hoje horrorosos.
Transformar algo muito bom em muito ruim é a face mais desprezível do Deus-Mercado que acha que tudo pode. No afã de girar o PIB do segmento das celebridades desprezam-se as pessoas e pouco importa o desenvolvimento intelectual. O que importa é vender. Que o Naldo e outros produtos midiáticos se beneficiam durante um tempo, é fato. Mas e depois? Depois serão substituídos por outro produto também facilmente substituível.
E depois do depois, o que vem? Nesse caso talvez seja melhor apegar-se ao I Ching, e acreditar que “ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação”.