304482_494502067234508_758985197_nQuem foi ao teatro do Via Sul na noite do dia 16 de junho de 2011, conferiu uma apresentação cheia de elegância e calor proporcionada por um dos mais respeitados guitarristas da cena jazz internacional. Era John Pizzarelli que, ao lado do seu trio, mostrava clássicos da música americana junto com boas bossas brasileiras, que ele conhece tão bem. A recepção foi tão aprovada que, um ano depois, o músico voltou para o mesmo palco e, mais uma vez, lotou a casa.

Para confirmar a boa recepção de Fortaleza para sua música, Pizzarelli está de volta à Cidade para uma nova apresentação que acontece esta noite nos jardins do Iate Clube. Para acompanhá-lo nessa viagem por algumas das músicas mais refinadas do planeta, ele traz o irmão Martin Pizzarelli (baixo) além de Tony Tedesco (bateria) e Larry Fuller (piano). Antes deles, quem faz o show é o Quinteto Anna Canário e Edson Távora.

Com os 54 anos completados no último dia 6 de abril, John Pizzarelli já se aproxima dos 50 anos dedicados à guitarra. Filho do célebre guitarrista Bucky Pizzarelli, que trabalhou com gente como Benny Goodman e Stéphane Grappelli, John começou a seguir os passos do pai quando tinha apenas seis anos. De lá pra cá, já foram 23 discos próprios e dezenas de participações em trabalhos de outros artistas. Um dos últimos e mais ruidosos foi quando tocou ao lado de Paul McCartney no jazzístico Kisses on the bottom, de 2012. Mesmo dividindo os créditos do disco com o ex-beatle e outras estrelas como Diana Krall, Stevie Wonder e Eric Clapton, o guitarrista de New Jersey deu seu recado de forma inconfundível.

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Isso acontece por que a guitarra de Pizzarelli é virtuosa e certeira, mas não é pedante. Influenciado pelo charme discreto de Nat King Cole, o músico gosta dos sons discretos, que levam a plateia para lugares confortáveis e ensolarados. Outra influência forte no seu trabalho vem da Bossa Nova. Ele mesmo costuma contar que, ao ouvir João Gilberto pela primeira vez, sua vida mudou. Hoje, ele acrescenta à lista de ídolos os nomes de Elis Regina, Djavan e Milton Nascimento.

Alguns desses ídolos costumam fazer uma “participação especial” no show de John Pizzarelli. Chega um determinado momento em que ele brinca mostrando como seria uma série de astros cantando o hino de sua terra natal, New Jersey. Imitando os trejeitos de cada um, ele cita os Bee Gees, João Bosco, Billie Holiday e o mestre baiano João Gilberto. Os risos são garantidos.

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Já na hora da seriedade, John relembra os muitos compositores que já gravou, como Cole Porter, Duke Ellington e os irmãos Gershwin. Alguns até ganharam songbooks inteiros feitos por ele, como Frank Sinatra e Beatles. Seu último disco, Double exposure (2012) traz versões para canções de mestres do pop e do rock, como Neil Young (Harvest moon), Joni Mitchell (Free man in Paris) e Michael McDonald (I can let go now). Para todos, John Pizzarelli dá o mesmo banho de elegância, virtuose e beleza.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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