Foto: Leo Aversa - Crédito obrigatório.Depois de 32 anos de carreira, 24 discos e uma carrada de hits que ficaram grudados nos ouvidos de variadas gerações, Luiz Maurício Pragana dos Santos ainda acredita que precisa se apresentar para o público. “Eu me chamo Luiz Maurício, mais conhecido como Lulu”, confirma o carioca na faixa que abre o disco lançado este mês pela Sony Music.

Falando muito sobre o tempo e costurando sonoridades que vão dos anos 1970 à atualidade, o álbum Luiz Maurício será apresentado esta noite no Siará Hall. No comando do baile, Lulu Santos mostra que segue tão pop quanto na época que subiu ao palco do primeiro Rock in Rio anunciando “um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera”. “Uma cápsula do tempo, passado, presente e mesmo futuro condensados em hora e cinquenta de apresentação”, assim o hitmaker de 61 anos define o novo show, já devidamente registrado para virar DVD no próximo ano.

Por email, Lulu usa frases curtinhas para falar de Luíz Maurício. Como quem faz um hai kai, ele explica as razões de um novo trabalho depois de cinco anos sem músicas inéditas. “É sempre bom circular novos ares, outras ideias”, resume. O disco dirigido, produzido, arranjado e composto pelo timoneiro do pop começou a ser desenhado entre 2011 e 2012. O primeiro rascunho foi arquivado esperando o momento de ser revisitado. “Recomecei a gravar ano passado e levei três meses remontando na mesma fita os conceitos remanescentes com os novos”, continua.

Lulu Santos_Luiz Maurício capaO resultado é uma miscelânea divertida de muitas épocas da vida e carreira do compositor de Tempos modernos. Começa pelo título Luíz Maurício, nome que adotou no início da carreira, quando lançou um esquecido EP de duas faixas. A capa volta ainda mais no tempo e mostra uma foto de 1958, com Lulu, na época com cinco anos, e sua mãe em frente à Casa Branca, sede oficial do governo norte americano.

Quando o assunto é música, Luíz Maurício reforça a vocação dançante de quem emplacou sucessos deste a estreia. Em Efe-se, os versos não poderiam ser mais auto-referenciais (“Outro dia eu vi no tubo uma canção cheia de swing irresistível. Dava pra dançar à noite e curtir ao mar. Cheiro de sucesso infalível”). Tem ainda as balançadas SDV (Segue de volta)Michê, esta dividida com o baixista Jorge Ailton e Mr. Catra. A faixa-título vem em duas embalagens. Uma mais doce e melódica, remetendo aos anos 1980, e outra, que abre o disco, remixada pelo DJ Memê, com quem Lulu gravou o sucesso de um milhão de cópias Eu e Memê, Memê e Eu (1995).

Sempre disposto a convidar o público para a pista, Lulu Santos afirma que houve de tudo, faz música para todos e não liga para a idade quando o assunto é fazer música. “Tempo e idade não se confundem. Tempo é arte, é o que se faz dele”, filosofa acrescentando que a experiência no The Voice o ajudou a ter “uma visão mais clara” de sua “inserção no panorama da música popular brasileira”. Cansado com a política (“É um falso desinteresse advindo de uma indignação com as más práticas, que, infelizmente, de tão escancaradas quanto comuns, em nosso País, acabam se tornando previsíveis e enfadonhas, difíceis de se interessar por (elas)”), o último romântico prefere acreditar que só o amor é capaz  mudar o mundo. “Absolutamente. É a única lei”.

Serviço:
Lulu Santos
Quando: sábado (22), às 21h
Onde: Siará Hall (Av. Washington Soares, 3199 – Edson Queiroz)
Classificação: 16 anos
Quanto: Pista – R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira); Front – R$ 80 (meia) e R$ 160 (inteira); Camarote – R$ 120 (1º piso) e R$ 100 (2º piso). À venda na Bilheteria Virtual (Del Paseo e internet), Stalker (Aldeota, Via Sul, Iguatemi, Benfica, North Shopping e North Shopping Jóquei) e no local
Outras info.: 3278.8400 e 3033.1001

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles