1456790_747246518656150_6243105042095056444_nMesmo acumulando uma experiência de mais de dez anos, a Feira da Música de Fortaleza nunca realizou uma edição sem passar por emoções fortes. Dificuldades para fechar apoios, readequação de espaços, cancelamentos de atrações e atrasos em pagamentos já fazem parte do evento que acontece, tradicionalmente, na última semana de agosto. Este ano, quando chega à 13ª edição, não foi diferente e a Feira, que quase foi cancelada por conta dos percalços, começou nesta quarta-feira (26) com cinco bandas cearenses tocando na Praça Verde do Centro Dragão do Mar.

Além do Dragão, outros dois palcos serão montados para receber as 42 bandas que tocam este ano na Feira da Música. Um deles fica no calçadão da Praia de Iracema, entre o Bar do Mincharia e o Estoril, e o outro no Pavilhão Atlântico, no Poço da Draga, local que abrigou as primeiras edições do evento. Por estes locais, vão passar atrações vindas de 12 estados brasileiros, como Camarones Orquestra Guitarrística (RN), Isaar (PE), Lorena Nunes (CE) e Terra Preta (SP). O destaque fica para o encerramento com o show de Rodger Rogério, compositor cearense que completa 70 anos em 2014.

Além das apresentações musicais, a programação mantém rodada de negócios, que este ano acontece no Museu da Indústria, no sábado pela manhã. Realizada no sábado (29), das 10h às 13h, no Museu da Indústria, a rodada de negócios proporciona o encontro entre os diversos agentes da Feira, sejam músicos ou produtores, com a ideia de fecharem novos shows ou projetos. Há ainda uma agenda de oficinas que passam por assuntos como fotografia de espetáculos, controle de produções e eventos, elaboração de projetos e confecção de instrumentos musicais.

Banda Aeromoças e Tenistas Russas (SP)

Banda Aeromoças e Tenistas Russas (SP)

Realizada pela Associação dos Produtores de Cultura do Ceará (Prodisc), a Feira da Música de Fortaleza tem como foco a produção independente brasileira. Desde 2002, quando foi realizada a primeira edição, já passaram pela programação grandes nomes nacionais desta cena, como o mineiro Marku Ribas (1947 – 2013) e a paulistana Anelis Assumpção, e outros que se tornaram grandes com o tempo, como a vencedora do The Voice Ellen Oléria. Outras atividades aconteceram em paralelo, ao longo das edições, como feiras de equipamentos de luz e com, e a aproximação com nomes das artes plásticas.

Em 2014, uma novidade ficou por conta do Lab Sobral, programação de debates e oficinas que levou (entre 21 e 23 de novembro) a Feira, pela primeira vez, ao interior do Estado. Segundo Ivan Ferraro, presidente da Prodisc, essa ação faz parte de um pacote de mudanças que vem buscando readequar a Feira da Música aos novos tempos. “É um ano de mudança, de transformação. Já passamos uma etapa e é o momento de nascer um novo modelo”, comenta, adiantando que vai discutir algumas propostas com músicos, produtores e outras pessoas que vão passar por Fortaleza este ano. A ideia é manter a relevância de um projeto que, ao longo de 13 anos, mesmo passando por apertos, fez circular novos sons e ajudou a formar boa parte dos profissionais que hoje atuam no mercado da música local.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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