1401x788-20141221_madonnanewDepois de ser anunciado em todas as redes sociais e disponibilizado para pré-venda nas principais lojas do mundo, enfim, chegou esta semana às lojas o novo disco de Madonna. Décimo terceiro álbum de uma carreira que já dura 33 anos, Rebel heart está sendo lançado via Universal, mas já vem causando frisson nos fãs há alguns meses. Pra começo de conversa, no final de novembro do ano passado, 40 segundos da faixa que dá nome ao disco vazaram na internet. Quando mal havia se recuperado do susto, um novo vazamento jogou 13 canções ainda inacabadas na rede.

Para não ficar por baixo, Madonna chamou seus colaboradores realizou uma tour de force para finalizar seis faixas em três dias e disponibilizar via ITunes. Segundo o empresário Guy Oseary, a quebra do sigilo musical deixou a estrela norte americana “arrasada”. Mesmo com a prisão do hacker Adi Lederman, suspeito de invadir o computador de Madonna, um novo vazamento aconteceu semanas depois, desnudando a suposta versão de luxo de Rebel heart, com 25 faixas. Pra completar, a cantora levou um tombo de cerca de um metro nos primeiros momentos de sua apresentação no Brit Awards 2015, quando foi convidada para apresentar a dançante Living for love.

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No entanto, a queda no palco durante uma das principais premiações da indústria musical acaba servindo como um exemplo do que fez Madonna ser um dos nomes mais poderosos do show business. Dez segundos depois de ir ao chão, ela levanta e segue cantando e dançando como se nada tivesse acontecido. Assim como se acostumou a viver sob holofotes e clics de paparazzis, a artista de 56 anos é acostumada a enfrentar polêmicas caindo e levantando. Tanto que, depois desse início turbulento, Rebel heart vem sendo apontado como o melhor disco dela nos últimos 10 anos.

A direção de arte de Rebel heart é do carioca radicado em Nova York Giovanni Bianco, que usou imagens entre a sensualidade à la Marilyn Monroe e o drama de um prego lhe perfurando a palma da mão. Para a revista Rolling Stone, Madonna contou que queria que as faixas se destacassem naturalmente, mesmo que não levassem muitas doses de efeitos. Para isso, ela se impôs um exercício: tentava imaginar como cada composição soaria se fosse interpretada somente com voz e violão. O próximo passo foi encontrar nomes que pudessem jogar novas cores sobre essa produção. Entre convidados e produtores, o sucessor de MDNA recebeu colaborações de Nicki Minaj, Chance The Rapper, Avicii, Diplo e até do boxeador Mike Tyson, encadeando um rap em Iconic.

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Passado o lançamento, a turnê de Rebel heart já tem data para estrear: dia 29 de agosto, na American Airlines Arena, de Miami, já com todos os ingressos esgotados. Em seguida, a Rebel Heart World Tour deve passar por locais que há anos não assistem Madonna ao vivo, como Austrália e Ásia. O Brasil também está com “negociações avançadas” para entrar nessa agenda e, mais uma vez, Fortaleza tenta fazer parte desse circuito. Nas últimas semanas, os fãs cearenses iniciaram uma tímida campanha no Facebook para trazer a rainha pop ao Castelão.

A expectativa de receber Madonna no Ceará já vem há, pelo menos, oito anos. “É meu grande sonho. Já vi dois shows dela e é emocionante”, comenta Pedro Filho, 41. Fã desde os anos 1980, o cabeleireiro não mede elogios para Rebel heart e acredita que a cantora continua tão relevante na música quanto em décadas atrás. “Acho que ela melhorou em tudo. Ninguém chega aos pés dos shows dela e até me incomodo de ela está se comparando às cantoras novas. Ela é um ícone maior que isso”.

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O estudante de Letras Elias Sampaio, 35, também acha que Madonna não precisa se comparar com jovens artistas. “É muito difícil uma cantora fazer algo que ela ainda não fez. Madonna chegou antes de todas”, avalia acrescentando que até nas polêmicas a cantora mudou. “A fase da polêmica pela polêmica já passou. Ela sempre levanta discussões, mas os temas mudaram”, opina destacando a pobreza no mundo com uma das preocupações atuais da artista. Quanto a show em Fortaleza, Elias tem certeza de que já está na hora. Ele esteve nas duas últimas passagens de Madonna pelo Brasil e a sensação de estar de frente com o ídolo é inesquecível. “É uma viagem. É como encontrar o Batman, um herói que não existe. Você vê que ela é humana, mas até a cor dela é estranha. É meio robô”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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