Por Paulo Renato Abreu (paulorenatoabreu@opovo.com.br)
Este 17 de março é celebrado com o lançamento do site que reúne mais de 500 fotos, vídeos inéditos, áudios exclusivos e o download gratuito do livro Viva Elis, de Allen Guimarães. Também hoje, será lançada a biografia Nada será como antes, do jornalista Júlio Maria. A obra reúne depoimentos de mais de 100 pessoas importantes na vida da cantora. Estão lá nomes como Caetano Veloso, Milton Nascimento e Ney Matogrosso. Além de Dona Ercy (mãe de Elis) e Jair Rodrigues, ambos falecidos no ano passado.
“A obra de Elis é uma reportagem do momento em que ela viveu, mas, ao mesmo tempo, tem valores eternos. Vai ficar para sempre”, afirma o produtor musical João Marcello Bôscoli, filho mais velho da “Pimentinha”. Para João, a permanência de Elis em 2015 é explicada pelo talento da artista combinado à força da mulher por trás da obra. “Ela tinha uma inteligência incomum, uma lucidez e uma energia que não se vê toda hora. Ela deixou um impacto muito grande”, diz, ressaltando a importância da cantora que gravou quase 30 álbuns e foi a primeira a vender um milhão de cópias.
Fenômeno perene
Homenageando a cantora com o enredo Simplesmente Elis, a escola de samba Vai-Vai foi a campeã do Carnaval de São Paulo deste ano. “Ela foi uma mulher forte, de engajamento, de opiniões. A Elis nunca ficou em cima do muro”, destaca Thobias da Vai-Vai, vice-presidente da agremiação. O sambista brinca afirmando que as outras escolas “começaram logo a tremer” quando souberam que o tema seria a Elis. “O ponto forte do Carnaval foi a letra do samba-enredo. Quando a gente se posicionou para entrar na avenida, a arquibancada inteira já estava cantando”, conta Thobias.
“Ela segue sendo um fenômeno. Eu meço pelas redes sociais. Todos os dias recebo de 10 a 20 mensagens sobre ela”, afirma a jornalista e escritora Regina Echeverria, autora da biografia Furacão Elis, lançada originalmente em 1985. “São pessoas jovens, que nunca viram a Elis cantar, mas que sabem do talento que ela tinha para interpretar e sabem da voz, da dicção perfeita para que fosse entendido tudo o que ela estava cantando”.
Amiga da artista, Regina também destaca sua personalidade. “Pude ver de perto as crises dela com outros músicos, pude ver a Elis sendo uma pessoa totalmente carinhosa, atenciosa. E também quando ela mudava de opinião de um dia para outro”, lembra. “Na vida, ela precisou reagir muitas vezes para ser respeitada”, conclui.