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Psicóloga de formação, Idilva Germano vinha há alguns anos se dedicando à sua carreira acadêmica. Como professora da Universidade Federal do Ceará, ela precisou deixar de lado a música por uns anos e olhar com mais cuidado para outros projetos. No entanto, um convite para participar de um tributo ao lendário Chet Baker, comandado pelo trompetista Hugo D’Leon, despertou na cearense o desejo de voltar a cantar.

Esse desejo começa a ser realizado hoje no Café Pagliuca. Hoje e amanhã, a cantora de voz macia apresenta seu repertório sofisticado feito por standards jazzísticos, clássicos brasileiros e composições de conterrâneos. No show My Favorite Things, ela vem acompanhada por Edson Távora Filho (piano, arranjos e direção musical), Iury Batista (contrabaixo acústico) e André Benedecti (bateria), além das participações dos violonistas Maurício Matos e Marcos Maia. Os ingressos para esta noite já estão esgotados.

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=YgpGANt3y-o[/youtube]

Parte do repertório desta temporada relembra o álbum Urbanita, lançado por Idilva em 2004. O trabalho independente, produzido pela cantora ao lado do marido Mauricio Matos, que contou com participações de músicos como Adelson Viana e Luizinho Duarte, trouxe regravações inspiradas de Vinicius de Moraes (Medo de Amar), Petrúcio Maia e Climério (Conflito), irmãos Gershwin (It Ain’t Necessarilly So) e outros. O álbum trouxe ainda inéditas como Parque Araxá (Ruy Vasconcelos) e Le Flâneur (Pádua Pires).

“Gosto muito de melodia e harmonia sofisticada, de harmonização complexa, arranjos que trabalhem mais o inusitado. Gosto do improviso”, explica Idilva, que começou a carreira de cantora no final da década de 1980, com o show Becos do Coração, no Pirata Bar. Outras apresentações vieram em seguida, sempre marcadas pela sofisticação do repertório e da interpretação. Isso pode ser comprovado na série de vídeos recentemente publicados no Youtube com imagens do lançamento de Urbanita, em 7 de abril de 2004, no Centro Dragão do Mar.

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=XLZZCTv9MRg[/youtube]

Mais de 10 anos depois, Idilva Germano confessa que suas referências musicais continuam as mesmas, mesmo atenta às novidades. “Não tenho preconceito, escuto o que tiver. Quando a música me pega, penso o que eu posso fazer com isso”, avalia a artista que, quando pequena, sentava num banquinho próximo ao aparelho de som para ouvir discos da coleção do pai. Ali ela foi conhecendo Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Baden Powell e muitos outros. Ali também, ela foi se apaixonando pelas vozes femininas. Elis Regina, Maysa, Sarah Vaughan, Elizeth Cardoso e Ella Fitzgerald entre as maiores.

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=WAvZNTjqn5I[/youtube]

E é ainda baseada nessas referências que Idilva já se prepara para lançar um novo disco, 12 anos depois de Urbanita. “Ainda estamos em início de pesquisa de repertório. Não sei que direção o trabalho vai tomar no final. A idéia é explorar o samba canção. Essa é uma das pistas pra trabalhar”, adianta a cantora autodidata.

Serviço:
Idilva Germano – My Favorite Things
Quando: hoje, 25, às 20h30min, e sexta, 26, às 21 horas
Onde: Café Pagliuca (Rua Barbosa de Freitas, 1035 – Aldeota)
Quanto: R$ 25 (antecipado) e R$ 30 (na hora)
Telefone: 3224 1903

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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