Pedro Baby e Baby do Brasil 4

Por Camila Holanda (camilaholanda@opovo.com.br)

Cada vez mais jovem, Baby do Brasil continua colhendo os frutos do seu renascimento artístico. Décadas depois de trocar a música popular pelos cantos gospel (o que lhe rendeu um injusto ostracismo), a carioca de 63 anos é a atração deste domingo no Cineteatro São Luiz, comemorando o Dia das Mães. Seu nome não foi escolhido por acaso. A nova baiana vem ao lado do filho e excelente guitarrista Pedro Baby, co-responsável pelo show Baby Sucessos, que resgata antigos sucessos da mãe, como Todo Dia Era dia de Índio e Barrados na Disneylandia. Louca dentro da sua santa sanidade, Baby conversou com o DISCOGRAFIA sobre o show que traz a Fortaleza. Confira na íntegra.

DISCOGRAFIA – Baby, me fala sobre como foi montado o repertório desse show! É um espetáculo de sucessos seus e composições de Pedro, mas há músicas lado B?
Baby do Brasil – Para a escolha do repertório, Pedro fez um levantamento de todas as musicas e como são muitas, escolhemos as que deveriam estar nesse primeiro momento. É um espetáculo de composições minhas, de sucessos, onde a maioria é de parceria com Pepeu Gomes, mas também algumas são com outros parceiros, incluindo as de Moraes e Galvao (Novos Baianos ) e Caetano Veloso. Com Pedro, ainda não fiz nenhuma música, mas já combinamos para o meu próximo CD dar esse presente ao público e para nós mesmos.

DISCOGRAFIA – Para quem vê como público, a parceria mãe e filho no palco é bem fluida e até de cumplicidade. Como é ter um projeto de show com seu filho e subir ao palco com ele?
Baby do Brasil – É verdade, temos uma cumplicidade no palco extraordinária, emocionante! São momentos de excelência e únicos! Sempre sonhei com essa possibilidade antes mesmo de engravidar, e finalmente aconteceu de uma maneira muito especial é perfeita. Foi um dos maiores presentes que recebi! Deus ouviu o desejo do meu coração e me concedeu essa benção!

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DISCOGRAFIA – Como estão os projetos de reencontros com seus parceiros dos Novos Baianos? O que podemos esperar como público?
Baby do Brasil – Esse é mais um encontro maravilhoso e abençoado para o público de todo o Brasil. Reunindo novamente gerações através de uma música personalizada que marcou para sempre a história da Música Brasileira, trazendo uma renovação para a juventude e um vigor de alegria e esperança para esse tempo que atravessamos no nosso país. Esse encontro celebra a vitória da união, da cumplicidade, do amor, da dedicação, da esperança e de que vale a pena “Ser do Bem “! Pois “a semeadura é opcional , mas a colheita é obrigatória”!

DISCOGRAFIA – Você, ao lado dos seus Novos Baianos revolucionaram a música brasileira. Como é olhar para trás e ver o trabalho, os dias, os shows, as composições e toda a vivência que o grupo teve e proporcionou na década de 1970? O que ficou para a música nacional e para você como artista?
Baby do Brasil – É muito forte ver que tudo deu certo como sonhamos! Vivemos juntos na mesma casa, dividindo tudo, como uma família, passamos por diversas situações difíceis, principalmente por causa do período da ditadura, nos dedicamos, com muito amor e respeito uns pelos outros e pelo que estávamos fazendo, e não colocamos o dinheiro como condição principal para escrever a nossa história. Fomos radicais em tudo isso, e geramos uma semente poderosa em seus efeitos, e assim conseguimos uma colheita de sucesso! Ficou para a música nacional um legado que aponta o caminho de casa, na música, nas letras e na concepção de vida. Novos Baianos é uma família que apesar de não nascerem da mesma barriga, se tornaram irmãos por se protegeram e protegeram a outros, intensos por um amor sincero e embalados pelo som que fluiu do Céu para os nossos corações musicais. Essa é a minha escola de música, Novos Baianos, onde moramos juntos por 10 anos, tocando todos os dias e apesar das circunstâncias, dando muita risada e valorizando cada segundo dessa convivência única em toda a terra.

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DISCOGRAFIA – Quem é a Baby de hoje?
Baby do Brasil – Eu sou a mesma pessoa , continuo com os mesmos valores de união, amor, cumplicidade, espiritualidade e fé . Criei meus filhos assim, e me sinto plena com esse valores. Hoje estou mais lapidada em tudo isso, e me aprofundei muito na parte espiritual, onde encontrei no Cristianismo as mesma bases que regeram a minha vida toda, sou um apóstola, ou melhor um a apópstola, uma pópstôra, uma mulher do “Reino que não pode ser abalado” e “A minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos…”. Violeta! Uhuhhh!

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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