otto_5441654Convidado para encerrar a primeira noite do Palco Vida & Arte, Otto conversou com o Discografia sobre seus planos, parcerias e a relação com Fortaleza. O pernambucano se apresenta esta noite, às 20 horas, no Parque do Cocó. O show é gratuito. Confira entrevista completa.

DISCOGRAFIA – Você já é um frequentador assíduo dos palcos de Fortaleza. O que gosta de fazer quando está por aqui?
Otto – Fortaleza é quase minha terra. Pela terra, pela cultura, pelos amigos, os parceiros de vida e de música. Pelas praias. Gosto, se der tempo, de ir para a praia. E à noite cantar para a galera.

DISCOGRAFIA – Como é sua relação com a música feita aqui? Que artistas cearenses você mais admira?
Otto – Gente?! Sou um ilustre apreciador da música e da poesia cearense. Sei tudo da maravilhosa obra de Raimundo Fagner, que escutei muito na vida. Belchior, Fausto Nilo, Manassés, Patativa. Mas meus parceiros de música são de agora. Fernando Catatau, com quem tenho grandes parcerias. Cidadão Instigado, Júnior Boca, Rian Batista, Jonnata Doll, Dustan Gallas, Regis Damasceno. Com essa galera eu divido vida, parceria e amizade há anos. Amo.

DISCOGRAFIA – Sua banda sempre contou com vários cearenses. Como é essa troca do som pernambucano com o cearense?
Otto – Cara, essa fusão só enobrece. Uma troca que não havia muito. Mas, a partir do momento que Fernando Catatau entrou na minha banda, tive a honra de conhecer tantos músicos talentosos e dispostos a defender minha música. Somos família já! Essa geração cearense é muito talentosa.

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DISCOGRAFIA – Seu novo show é feito com músicas que normalmente ficam fora dos repertórios. Como foi feita a seleção de repertório?
Otto – Esse show Recupera é uma mix de músicas inéditas e músicas que estavam faltando de novo no show. Coisas que eu queria cantar ainda mais.

DISCOGRAFIA – Dos sucessos mais reconhecidos pelo público, o que não pode ficar de fora?
Otto – acho que não saberia dizer assim. 6 minutos toca demais nas pessoas. Rs

DISCOGRAFIA – Levando em conta sua história com o Mundo Livre SA, você está completando 20 anos de carreira. Como você avalia essa trajetória?
Otto – Já?! Eu acho que tenho um caminho ascendente, positivo. Acho que me torno cada vez mais criativo, se a palavra for esta. Acho que tenho um público que me compreende. Minha vida é cantar, compor, dançar. Acho que estou num momento muito bonito. Sou um velho moço! Parodiando o Rei.

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DISCOGRAFIA – Como artista solo, são 18 anos. O que mudou ao longo desse tempo no teu som?
Otto – 18 anos de muito aprendizado, de muita humildade. Muita dança. Acho que tudo que fazia antes faço melhor hoje. Menos jogar futebol. Canto mais, danço mais. Sou mais equilibrado.

DISCOGRAFIA – Ao longo da carreira, seu trabalho foi ficando menos eletrônico e abrindo mais espaço para a banda se mostrar. O que levou a essa mudança para um som mais orgânico?
Otto – Sempre fui muito orgânico a eletrônica. Foi nascendo naquela época. Não tinha banda, não tinha nada. Vim de Chico Science e da Nação (Zumbi). Vim do Mundo Livre S/A. Eu só aceitei os tempos e as novas tecnologias. Um dia volto. Mas agora canto, tenho a Jambroband. Sou um homem de banda. Gosto de viajar com músicos por aí. Sou romântico na música também.

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DISCOGRAFIA – Até onde lembro, a última vez que você esteve em Fortaleza foi com o show em homenagem ao Martinho da Vila. Como foi esse projeto? Teve vontade de registrá-lo em CD ou DVD?
OttoCanta Canta Minha Gente é um sonho realizado. Cantar Martinho foi lindo. Mestre. Um gênio e um amigo! DVD e CD dá um trabalho, prefiro correr atrás do meu.

DISCOGRAFIA – Seu último disco foi The Moon 1111, de 2012. Como estão os planos para um novo disco? Já tem previsão?
Otto – Próximo disco Ottomatopeia. Produzido por Pupillo, como sempre, e já estou em fase final. Colocando voz. Mixando e fotografando. (Lançamento) até setembro, espero.

DISCOGRAFIA – Você já fez algumas participações em filmes como ator. Como foram essas experiências? Tem vontade de investir mais nisso?
Otto – Olha, eu venho recebendo alguns convites de amigos e de pessoas que viram alguns trabalhos que fiz. Fica mais fácil quando o diretor quer e pensa no personagem comigo. Outra coisa é trabalhar com grandes atores, rendo mais. Gosto do clima do set. Gosto de propor alguma coisa e descobrir mais. Sou um agente de arte, me sinto cada vez melhor em filme. Adoro cinema! Sempre colaborei, seja como ator ou na trilha. É isso.

DISCOGRAFIA – Me parece curioso que, numa época tão visual, você tenha apenas um DVD. Por que isso? Tem planos para um novo registro audiovisual?
Otto – Talvez meu ritmo seja mais lento. Sempre estou na batalha de shows. Sou muito independente. Muito de mim é no corpo a corpo. Gostaria de pensar mais no DVD, mas não pude. Sempre palco, show e show. Na verdade sou assim, de um DVD só. Uma pena. Eu até falei com Beto Brant, cineasta. Pedi a ele um DVD. Ele disse que não era DVD, era minha biografia!

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DISCOGRAFIA – Como estão seus planos para novos projetos?
Otto – Estou focado no álbum Ottomatopeia. Preciso criar o conceito. Capa, tudo que eu achar que liga minha música a quem vai ouvir. Até setembro vou estar mergulhado na aventura do álbum. O meu público ama toda essa minha entrega. Eu adoro também entregar meu trabalho.

DISCOGRAFIA – Em dois anos, você completa 50 anos. O que a idade te trouxe de mais importante? Você tem medo da idade? Imagina como será quando estiver mais velho?
Otto – Ser pai foi tudo! Ser honesto, ser autêntico com a vida. Respeitar, aprender, errar, perdoar, amar, aprender. Sou um cara que não tenho medo da idade, pois acredito que vim do lado dos que querem viver. Sou nordestino e tenho muito a dizer. Quando estiver velho, que eu esteja na tranquilidade da chapada Diamantina. Esperando meus netos para passar as férias. Saudando o sol todo dia e mergulhando nas águas puras. Cheio de axé e paz.

Confira programação completa do Palco Vida & Arte aqui

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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