Depois de estrear com um disco de bossa nova, Gal Costa vestiu sua persona roqueira e lançou dois discos no mesmo ano de 1969. O primeiro, com alma doce e pop, apresentou delícias como Namorinho de Portão, Baby e Divino, Maravilhoso. O segundo é puro desbunde, maluquice, a começar pela capa fortemente influenciada na psicodelia do período. Batizado apenas como Gal, o álbum já começa explodindo com Cinema Olympia (Caetano Veloso), e segue com viagens como Cultura e Civilização (Gilberto Gil), Com medo, com Pedro (Gilberto Gil), Pulsars e Quasars (Jards Macalé/ Capinam) e a primeira versão de Meu nome é Gal (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos). Pra quem acha Gal moderna por gravar Criolo e Dani Black, sugiro mergulhar na obra desta senhora que já nasceu transgressora.

E por falar em Gal Costa, ela acaba de lançar mais um single do seu novo disco ao vivo, baseado no repertório de A Pele do futuro. Diretor do novo trabalho da baiana, Marcus Preto estava no show da banda Maglore quando ouviu Motor e logo lembrou de Gal. De lá mesmo mandou uma mensagem e o blues rock entrou para o repertório da baiana, que disse ter achado a faixa parecida com Vapor Barato, clássico absoluto de Jards Macalé. “Acho a melodia lindíssima, com esse sotaque nordestino, muito comovente. É um momento lindo desse show”, comentou Gal em material enviado para a imprensa. Na gravação, ela é acompanhada por Pedro Sá (guitarra), Pupillo (bateria), Chicão (teclados), Lucas Martins (baixo) e Hugo Hori (saxofone).

Antes de Motor, Gal lançou como primeiro single do seu novo trabalho uma regravação de O que é que há. Parceria com Sérgio Sá, este é um dos grandes sucessos do início da carreira de Fábio Jr. Ao vivo, a faixa foi gravada só com o piano de Chicão, mas, para o registro em CD e streaming, ganhou o reforço de um arranjo de cordas feito por Felipe Pacheco Ventura, da banda Baleia. A Pele do futuro Ao Vivo foi gravado em março, na Casa natura Musical, em São Paulo, e tem previsão de chegar às lojas ainda neste mês.

Ouça Motor (Teago Oliveira), com Gal Costa.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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