A trajetória da cantora carioca Juçara Marçal passa longe dos grandes circuitos. Adepta de uma artesania musical, que parte de um mote, segue por um conceito e se materializa num disco – físico ou virtual, ela vem acumulando experiências em grupos como Vésper, A Barca e com o trio Metá Metá, influente dentro de um cenário musical para públicos mais atentos.

Além dessas formações, Juçara, que também é professora formada em Jornalismo pela USP, tem um elogiado trabalho solo, Encarnado, lançado em 2014. Árido, agressivo e intrigante, esse trabalho solo fala sobre a morte, o trágico e o luto de uma forma poética e latente. Agora, sete anos depois, um novo disco solo está sendo montado.

Produzido por Kiko Dinucci, o sucessor de Encarnado ainda não teve o nome divulgado, mas está prometido para setembro. Os trabalhos começaram por colagens sonoras, experimentações eletrônicas e investigações rítmicas, que buscam um diálogo com o pop, mas sem perder de vista a inquietude.

Feito todo de músicas inéditas, o novo disco terá uma presença maior da Juçara compositora, além de novas parcerias com Tulipa Ruiz, Negro Leo, Ogi, Rodrigo Campos, Clima, Jadsa e Douglas Germano. O cearense Fernando Catatau participa do álbum como autor e músico. Entre os temas, racismo, negritude ancestralidade e a mulher.

Ainda em processo de criação, o novo disco de Juçara Marçal será lançado pelo selo carioca QTV com apoio do Natura Musical. Até lá, é possível conferir os trabalhos dela em todas as plataformas de streaming, incluindo o curioso Sambas do Absurdo, feito mais para quem gosta de absurdo do que pra quem gosta de samba.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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