Estamos vivendo uma crise mundial sem precedentes, e isso todos já perceberam. Segundo a Unesco, 191 países fecharam suas escolas por causa da pandemia, interrompendo as aulas presenciais de 1,5 bilhão de estudantes (48 milhões no Brasil), e mudando a rotina de 63 milhões de professores. O momento pede mudanças na educação, e a tecnologia é a saída para isso.

Mesmo sendo vista no dia a dia com desconfiança, em pouco tempo, as escolas, sobretudo as privadas, adotaram o ensino remoto por meio de plataformas digitais. O que passamos a ver com maior intensidade foram as aulas síncronas (ao vivo com os alunos em salas digitais) e assíncronas (vídeos gravados dos professores), ambas interagindo com o aluno e permitindo aproximação em tempos de distanciamento.

Além disso, o uso de plataformas de aprendizagem adaptativas se mostrou um potencializador do aprendizado. Ainda se valendo da tecnologia, o aluno pode gravar vídeos com comentários do conteúdo estudado. Isso faz com que ele seja proativo, protagonista desse processo. Inclusive, a Base Nacional Comum Curricular indica a criação de blogs, vlogs, vídeominutos. Esse é um dos caminhos para transformar digitalmente a educação.

Essa atividade pode até ser uma estratégia avaliativa, para se certificar de que o aluno está envolvido. Nesse momento, o mais importante não é dar nota, mas garantir sua aprendizagem.

À medida que o tempo vai passando, as escolas encontram as melhoras formas de usá-la, adaptando metodologias e fortalecendo o vínculo escola-professor-aluno por vias digitais.

Após essa crise, esperamos que a tecnologia seja vista mais positivamente pelas escolas. É fato que alguns alunos vão se identificar mais do que outros, mas isso é uma questão de adaptação, em alguns casos, e de acesso, em outros.

Quando se fala em tecnologia na educação, o ensino privado sai à frente. A cada dia, as escolas se digitalizam mais, novas edtechs surgem, empresas inovam suas soluções. Todo o mercado está virando digital. Já a rede pública, não. Há poucas experiências de escolas públicas que se renderam à tecnologia, embora isso dependa de muitos fatores: gestão, investimento, vontade etc.

Sem dúvida não foi da maneira como gostaríamos que fosse, mas a transformação digital, enfim, chegou de vez na educação. Agora, o desafio será não deixá-la ir embora.

Ademar Celedônio, Diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, e especialista em Educação Básica.

 

 

 

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Eduardo Siqueira

Um jornalista que ama Educação. Minhas experiências me fizeram imergir no universo da Educação, sentindo todo o seu poder transformador e percebendo o quanto ela ainda precisa de apoio. Aqui, busco fazer minha parte e ajudar as pessoas a compreendê-la nem que seja um cadinho.

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