Relatório compilado pela Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil em parceria com a startup ChatClass mostra que há muito a fazer para que o ensino  e aprendizagem de língua inglesa no Brasil sejam efetivos.

Para compreender melhor o status do ensino de inglês nas escolas, o Escritório Regional de Língua Inglesa (RELO) da Embaixada e dos Consulados dos EUA no Brasil, juntamente com a startup ChatClass, que democratiza o ensino por meio de tecnologias, realizou uma extensa pesquisa denominada “Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa no Brasil: Desafios e Oportunidades”. O Resultado da maior pesquisa já realizada no país sobre o assunto será apresentado dia hoje, às 18h (horário de Brasília), pelo canal no YouTube da Chatclass.

Os dados foram coletados com 18.304 pais e responsáveis, 4.143 professores e 137.015 alunos do Ensino Fundamental II e Médio, que também fizeram um teste de conhecimentos no idioma. Cerca de 76% desses estudantes são de instituições públicas. A região com maior participação foi o Nordeste (49%), seguida pelo Sudeste (25%), Norte (11%), Sul (9%) e Centro-Oeste (6%).

Para Jennifer Uhler, Diretora do RELO, “Esse relatório é apenas um recorte da realidade atual e aponta vários dos aspectos já mencionados e debatidos por especialistas e profissionais atuantes na área no Brasil, mas com um grande diferencial: através dos dados coletados durante a Olimpíada de Inglês, incluindo aspectos apontados por vários especialistas e educadores, conseguimos observar, analisar e evidenciar a necessidade do aprendizado da língua de modo eficaz, com o estímulo e envolvimento de todos”.

Quando questionados sobre os maiores desafios para aprender, 50% dos estudantes responderam que o maior deles era a “exposição à língua inglesa”. Para o CEO e fundador da ChatClass, Jan Krutzinna, esse é claramente um sinal de alerta.

“Isso nos mostra que os estudantes enfrentam desafios para uma maior exposição, definida aqui como sendo as oportunidades para interagir, aprender e praticar inglês”, analisa.

Ainda nas respostas, a tecnologia e o apoio familiar se revelaram dois pilares importantes para o aumento dessa exposição. Em relação à pergunta “Caso um aplicativo de smartphone, focado no ensino de inglês, fosse implementado na escola regular, isso o motivaria a aprender o idioma?”, 91% responderam que sim.

A participação de pais e responsáveis,  segundo o relatório de Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa no Brasil

Já em relação aos responsáveis, 46% declararam não participar dos estudos de inglês dos seus dependentes. No resultado geral, somente 5% afirmaram que conversam em inglês com os jovens e, no grupo dos estudantes que melhor pontuaram, há um aumento para 18% dos pais nessa prática.

Quanto aos professores, um dado chamou muito a atenção: 96% disseram que a incorporação dos smartphones em aula incentivaria os alunos. Além disso, 93% responderam “sim” quando questionados se a gamificação em aula teria um efeito positivo.

“Uma maneira de usar o inglês é pela internet e, infelizmente, apenas 57% deles alegaram ter algum tipo de acesso à rede durante as aulas. Além disso, em relação a esse percentual, interpreta-se que quase metade dos professores só utiliza a internet em casa”, comenta o CEO da ChatClass.

Um total de 71% alegou ter passado por treinamento em tecnologia. No entanto, muitos disseram que essa preparação não se baseou no trabalho prático dessas tecnologias e que tiveram problemas para frequentar os cursos. As maiores razões sobre não frequentarem os treinamentos foram: falta de fundos (45%); conflitos de horário (32%) e distância (17%).

Conclusões

Com base nesses e outros dados do estudo, o Escritório Regional de Língua Inglesa (RELO) da Embaixada e dos Consulados dos EUA no Brasil e a ChatClass elencaram algumas recomendações para um melhor aproveitamento do ensino de inglês nas escolas brasileiras, a serem apresentadas durante o evento.

Segundo Jennifer,

“Essas recomendações vêm ao encontro das necessidades prementes para o aprendizado da língua inglesa, em que pese a participação de familiares e responsáveis, bem como de professores e alunos, todos peças-chave para que o processo de ensino/aprendizagem se realize adequadamente. Prover recursos e oportunidades para o aprimoramento profissional são aspectos fundamentais. Alunos motivados e engajados: nosso primeiro passo para o sucesso”.

O relatório finaliza com algumas recomendações que podem ser seguidas para fazer o ensino e aprendizagem de Língua Inglesa no Brasil mais consistente.

Especialistas citam como medidas a introdução da lingua inglesa mais cedo na vida escolar dos estudantes, o envolvimento de pais e responsáveis no processo de educação, o desenvolvimento de estratégias por docentes para promover a apropriação da língua inglesa no dia a dia, o apoio das escolas aos docentes quanto ao desenvolvimento de profissional, entre outras ações.

Você pode conferir a pesquisa completa clicando aqui.

 

About the Author

Eduardo Siqueira

Um jornalista que ama Educação. Minhas experiências me fizeram imergir no universo da Educação, sentindo todo o seu poder transformador e percebendo o quanto ela ainda precisa de apoio. Aqui, busco fazer minha parte e ajudar as pessoas a compreendê-la nem que seja um cadinho.

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