Sabe esses achados magníficos que a gente faz na internet? Pois bem. Eu encontrei um desses. A dica de leitura é do texto “Diferenças: como lidar com elas em sala de aula?” , da autora Tatiana Serra.

O texto foi publicado na Revista Educação Pública dia 27/07/2010 e está disponível no site http://www.educacaopublica.rj.gov.br

O texto aborda a questão das diferenças e como a escola pode lidar com o tema. Fala da discriminação em sala de aula e como os educadores devem trabalhar com os educandos, além de promover a reflexão sobre a educação inclusiva e as políticas públicas referentes ao assunto.

Vale a pena a leitura! Publico aqui um trechinho:

Que as diferenças existem todos nós sabemos, assim como o fato de que elas ajudam a nos definir dentro de um grupo. Mas fazer da diferença motivo para discriminar (no pior sentido da palavra) ou fazer dela sinônimo de desigualdade, talvez seja um dos maiores erros da humanidade. E não adianta tentar justificar dizendo que até no dicionário as palavras diferente e desigual são sinônimas, porque a questão está no que o uso da palavra carrega: atitudes repletas de preconceito e exclusão são alguns dos exemplos.

No fórum Discutindo perguntamos: “Quem tem interesse em transformar as pessoas de diferentes em desiguais?” E, para refletir sobre como os professores lidam com as diferenças em sala de aula, consultamos algumas especialistas em educação inclusiva para falar a respeito.

Se pensarmos que vivemos em um país que tem um dos maiores níveis de desigualdade social do mundo, “nos conscientizamos de que já evidenciamos uma realidade em que o diferente é enfaticamente considerado desigual. Portanto, é mais que necessário que repensemos nossas ações e até que ponto estamos valorizando os diferentes” é o que aconselha Sonia do Nascimento Santos.

Diferentes todos nós somos (e viva a diversidade!); mesmo assim, não deixamos de julgar e ultrapassar a individualidade dos outros. É aí, então, que a diferença passa a ser considerada negativa. Mas, na opinião de muitos, diferenças e semelhanças podem ser trabalhadas desde cedo, seja em casa, seja na escola. “A minha luta é essa. Gostaria que todas as pessoas, independente da cor, raça, sexo, pudessem ser vistas como seres humanos. Acho que temos que trabalhar em sala de aula para que isso se torne realidade. Os profissionais da educação devem estar preparados para dar sua contribuição para o desenvolvimento da humanidade”, diz Dearlinda Mendes de Souza.

E, apesar de as definições de diferente e desigual serem semelhantes no papel, é importante enfatizar as distinções entre elas – o que pouco se vê na prática. Oswaldo Oliveira destaca como boa parte da sociedade lida com diferenças e desigualdades: “ser diferente merece tratamento diferente; e pior, ser desigual significa ser inferior. Um homem é diferente de uma mulher, mas ele não é pior nem melhor – nem ela. Ser desigual significa que existe desnível entre os dois, o que não é verdade. Os alunos são diferentes, merecem atenção diferente, mas não são melhores ou piores uns que os outros”.

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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