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Valeska Andrade

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Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

Valeska Andrade

Crianças e adolescentes com as mãos cortadas por facas. Vários deles estampam na pele queimaduras de solda de bijuterias e um grupo chora pela perda de órgãos esmagados por cilindros de padaria. Outros são precocemente diagnosticados com doenças decorrentes de exposição a agentes como poeira e benzeno. Sofrem ainda com lesões por esforço repetitivo, distúrbio osteomuscular (Dort) e até transtorno mental. Esse é mais um lado cruel de uma tragédia que atormenta o País. Dados do Ministério da Saúde apontam que pelo menos três pessoas de até 17 anos se acidentaram por dia trabalhando no Brasil, nos últimos dois anos e meio, quase todos na informalidade. Entre 2009 e julho de 2011, no mínimo 37 meninos morreram. 4.190 crianças e adolescentes se acidentaram entre 2006 e julho de 2011, entre os quais 21% eram meninas.

Principais vítimas – Os números do Ministério da Saúde indicam que as principais vítimas de acidentes na faixa de até 17 anos, entre 2006 e 2011, são atendentes de lanchonetes, embaladores, repositores de mercadorias, auxiliares de escritório em geral, pedreiros e serventes de obras, mecânicos de veículos, operadores de máquinas, açougueiros e trabalhadores na lavoura.

Valeska Andrade

Estudo da Universidade de São Paulo (USP), apresentado mês passado pelos pesquisadores Thiago Alves e José Marcelino Rezende, mostra que 266 mil professores das redes pública e privada do País têm uma segunda ocupação. O número representa 10,5% do magistério, índice acima do da população, em que 3,5% têm uma segunda atividade. Dois dos “bicos” mais comuns são como vendedores de lojas e funcionários que atuam em serviços de embelezamento. O estudo aponta que a maior incidência do “bico” entre os professores está relacionada aos baixos salários. A média salarial dos docentes do ensino fundamental, segundo a pesquisa (entre R$1.454 e R$1.603), é inferior ao que ganham em média corretores de seguro e caixas de banco.

Valeska Andrade

No primeiro semestre deste ano, a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) realizada pela 1ª vez nas capitais de todo o País por crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental, apontou que 43,9% não aprenderam o que era esperado em Leitura. Em relação à Escrita, 46,6% não atingiram o esperado. Parceria do Todos Pela Educação com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a prova foi aplicada em escolas públicas e privadas e mostrou que nas particulares nem todos os alunos atingem 100% de aproveitamento. No caso da Leitura, 48,6% dos estudantes da rede pública tiveram o desempenho esperado. Nas particulares, o percentual foi de 79%. Em relação à Escrita, aprenderam o esperado 43,9% dos alunos da rede pública e 86,2% daqueles que estudam na rede privada.

Valeska Andrade

Um estudo divulgado recentemente nos Estados Unidos confirma o que os pais há muito suspeitavam: a adolescência pode acarretar modificações no cérebro. Pesquisadores descobriram que o quociente intelectual (QI) pode aumentar ou baixar entre os 13 e os 18 anos – e a estrutura do cérebro reflete o aumento ou declínio. Os resultados mostram a primeira evidência direta de que a inteligência pode se modificar após os primeiros anos da infância e proporciona esperanças quanto à possibilidade de melhorar a capacidade do cérebro. Embora os pesquisadores ainda discutam o que os testes de QI medem, eles concordam que suas avaliações podem prever a capacidade de aprender e desempenhar determinadas tarefas e, até certo ponto, futuras realizações acadêmicas e o desempenho no trabalho.

Valeska Andrade

Hoje, a cada cinco crianças e adolescentes no Cadastro Nacional de Adoção, um tem doença grave ou algum tipo de deficiência. A chance de serem chamados de filhos diminui consideravelmente em relação aos saudáveis. “O perfil exigido pela maioria das pessoas realmente não contempla as crianças com problemas de saúde. É um desafio maior trabalharmos para que elas sejam escolhidas”, diz o juiz Nicolau Lupinhaes, do Conselho Nacional de Justiça, que gerencia o Cadastro Nacional de Adoção. Há, atualmente, 5.157 meninos e meninas registrados. Desse total, 1.356 (26,3%) apresentam algum tipo de problema: 176 têm deficiência física; 326 com doenças curáveis e 99 não curáveis. O estado de saúde de 206 é ignorado. O número de crianças e adolescentes com deficiência mental é de 410 – ou seja, 8% do total.

Valeska Andrade

Juízes e promotores de Justiça de todo país concederam, entre 2005 e 2010, 33.173 mil autorizações de trabalho para crianças e adolescentes com menos de 16 anos, contrariando o que prevê a Constituição Federal. O número equivale a mais de 15 autorizações judiciais diárias para que meninos e meninas trabalhem nos mais diversos setores: de lixões a atividades artísticas. O texto constitucional proíbe que pessoas com menos de 16 anos sejam contratadas para qualquer trabalho, exceto como aprendiz, a partir de 14 anos. Os dados do ministério foram colhidos na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Eles indicam que, apesar dos bons resultados da economia nacional nas últimas décadas, os despachos judiciais autorizando o trabalho infantil aumentaram vertiginosamente em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Maiores índices – Na soma do período, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina foram as unidades da Federação com maior número de autorizações. A Justiça paulista concedeu 11.295 mil autorizações e a mineira, 3.345 mil.

Valeska Andrade

Em 15 anos, o número de jovens com até 19 anos que engravidaram caiu proporcionalmente no País. Em 1994, 504 mil crianças e adolescentes tiveram filhos, contra 574 mil em 2009. Nesse período, o crescimento no número de gravidez juvenil foi de 13%, pouco mais da metade do aumento da população dos 15 anos, que chegou a 24%. Mas os dados apresentaram diferenças regionais significativas. Enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste comemoraram uma redução absoluta nos números, Norte e Nordeste apresentaram uma alta de 58% e 55%, respectivamente, bem acima do aumento populacional. Segundo dados do DataSus, de cada cem grávidas no País em 2009, 19,9% eram crianças ou adolescentes, contra 19,8% de 15 anos antes. Já no Nordeste, essa média passou de 21,9% para 22,9%.

BR-101 – No Nordeste, os números apontam que a gravidez na adolescência caminha lado a lado com a exploração sexual comercial às margens das rodovias, em especial a BR-101, a mais movimentada da região. A reportagem do UOL Notícias analisou os dados de todos os municípios nordestinos cortados pela rodovia, que liga as capitais de seis dos nove estados da região: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em mais de 80% dos casos, esses municípios apresentaram índices de gravidez na adolescência maiores que a média do respectivo estado. O problema é ainda mais grave nas cidades das divisas e naquelas consideradas dormitórios.

Valeska Andrade

Estudo divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concluiu que a infraestrutura das escolas é fator decisivo para melhorar a aprendizagem. Foram analisados cerca de 3 mil colégios de ensino fundamental, urbanos e rurais, em 16 países da América Latina. Em média, 88,3% dessas escolas não tinham laboratório de ciências e 64,9% não dispunham de laboratório de informática. O estudo, com dados de 2006, tem enfoque nas séries iniciais do ensino fundamental. Os pesquisadores compararam resultados dos alunos em testes de Matemática e Língua Portuguesa ou Espanhola e constataram que a presença de laboratórios de informática e de ciências, biblioteca e sala de artes contribui para aumentar a nota. No Brasil, participaram 5.711 alunos do 3º ano e 5.422 do 6º ano, de 155 escolas de 25 estados

Valeska Andrade

Mais da metade dos alunos do 6º ano do ensino fundamental da maior parte das escolas latino-americanas confessa ter sido vítima de roubos, insultos, ameaças e agressões de colegas, revela estudo de especialistas chilenos e espanhóis. Baseado em dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e desenvolvido entre 2005 e 2009, o relatório aponta o roubo (39,4%) como a agressão mais frequente, seguida da violência verbal (26,6%). Os autores do estudo examinaram os resultados de 91.223 estudantes de 16 países latino-americanos, entre eles o Brasil. A análise revela que 51,1% dos estudantes dizem ter sido vítimas de bullying no mês anterior ao da pesquisa. Outra descoberta é que os meninos sofrem mais de bullying que as meninas.

Valeska Andrade

Começam até o fim do mês, em Fortaleza (CE), testes em crianças e adolescentes de uma vacina contra a dengue. No Brasil, outras quatro capitais participam dos testes clínicos: Vitória (ES), Natal (RN), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS). A aplicação da vacina candidata a prevenir a dengue será feita em três doses e deve durar dois anos. Em Fortaleza, os testes ocorrem na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), sob a coordenação do professor Luís Carlos Rey. Serão escolhidos 800 voluntários entre moradores de bairros com alta incidência da doença e que tenham entre 9 e 16 anos. Vale lembrar que, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), 25% dos casos de morte por dengue no Brasil, em 2007, foram de pessoas com menos de 15 anos.