Por: Ana Cláudia Barros
“Clique no seu estado e escolha os deputados federais de sua região que votaram a favor desse projeto de lei, e, envie um e- mail para os seus parentes, amigos e pacientes pedindo para que não elejam esses deputados”, diz a mensagem. Ao selecionar o parlamentar, o eleitor encontra outro recado, igualmente incisivo: “Não eleja esse deputado(a), ele(a) votou a favor o PL do Ato Médico (7.703/2006), o qual afronta a autonomia dos profissionais da saúde e impede o seu livre acesso a esses serviços”.
Sob a foto do candidato, que aparece com a inscrição em vermelho “não vote”, há campos para que o internauta coloque e-mails de seus contatos pessoais e ajude a divulgar a campanha na rede. Integrante do movimento Ato Médico Não, o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) de São Paulo, Gil Almeida, diz que a campanha é uma resposta “dos cerca 3,5 milhões de profissionais da saúde” que desaprovam o projeto de lei. Ele acrescenta que, na ocasião da votação da matéria, foram realizadas inúmeras tentativas de sensibilizar os parlamentares, mas todas fracassaram. Atualmente, o projeto tramita no Senado e deve ser votado apenas depois do período eleitoral. Somente com a sanção presidencial é que entra em vigor.
“A democracia tem mão dupla. Ela pressupõe pedir voto e pedir para não votar. Eles (deputados) foram avisados na época. Tivemos várias reuniões com as lideranças de todos os partidos. Mandamos cartas, mostrando que o projeto era ruim para a saúde do povo brasileiro. Eles prestaram um desserviço à sociedade nesse particular”, afirma Almeida, que faz projeções otimistas em relação ao movimento: “Temos em torno de 62 milhões de brasileiros conectados. Penso que vamos atingir pelo menos um terço dos eleitores”.