(Foto: VOIR Image)

Há mais de 10 anos na estrada, a Supercombo lançou, em 2016, seu quarto álbum de estúdio: Rogério. Formada por Léo Ramos (voz e guitarra), Pedro Ramos (guitarra e voz), Carol Navarro (baixo e voz) e Paulo Vaz (teclado e efeitos), em Vitória, Espírito Santo, a banda ganhou projeção ao entrar no Top 12 do reality show SuperStar, da TV Globo. Com a projeção, a Supercombo foi considerada uma das revelações do rock nacional, mesmo com uma discografia já consistente.

Com influências da MPB, jazz e música eletrônica, a banda de rock foi atração do Lollapalooza e Planeta Atlântida, dois grandes festivais do País, no ano passado. Com toda essa bagagem, o grupo foi um dos principais nomes do Festival Ponto.CE, no último dia 18.

Famosa na Internet, a Supercombo tem mais de 640 mil inscritos no canal de YouTube e mais de 641 mil no Facebook. Além de divulgar o álbum Rogério, eles trabalham a série de acústicos Session da Tarde, que revisita, em 52 episódios semanais, o repertório autoral da banda. Os cearenses Selvagens à Procura de Lei e Projeto Rivera – que já passaram aqui no Faixa a faixa – gravaram suas participações no projeto. Nomes como Dinho Ouro Preto, Suricato e a banda Medulla também colaboraram.

Ao Blog Repórter Entre Linhas, os músicos comentam as faixas passado um ano de lançamento do disco Rogério. “Acho que muitas percepções nossas mudaram em relação às canções”, diz Leo Ramos. “Mais do que um faixa a faixa, a gente aproveitar este espaço para fazer um balanço desse primeiro ano de Rogério“.

Faixa a faixa: Rogério (2016) – Supercombo
Por Leo Ramos, Paulo Vaz, Pedro Ramos e Carol Navarro

Leo: “Magaiver é uma das canções mais potentes nos shows, acho que ganhamos muito aqui por conta das participações especiais do Keops e do Raony (Medulla). É uma faixa, em essência, roqueira, mas com uma influência muito forte do rap também”.

Paulo Vaz: “A Piscina e o Karma é o nosso reggae. A banda curte muito essa música, é sempre divertido tocá-la nos shows. Fizemos uma versão nova para o projeto Session da Tarde que realça ainda mais esse lado ensolarado dela, mas isso ainda é surpresa”.

Leo: “Bonsai é um dos hits do disco, cresceu muito a partir da divulgação orgânica do próprio público da Supercombo. Aproveitamos esse alcance para lançar uma coletânea dela, com diferentes versões e um videoclipe estilo doc, mostrando um dia de tour da banda. Fala muito do ócio criativo que a gente tem e nem sempre aproveitamos, de vez em quando é importante dar uma desligada”.

Pedro Ramos:  “Grão de Areia é a faixa mais pesada do disco, a gente leva esse peso pros shows também, é sempre um momento de impacto pros fãs. A letra fala do tempo e da nossa relação individual com o universo, de onde estamos, mas nem sempre sabendo para onde vamos”.

Pedro: “Monstros segue numa linha temática de um dos nossos maiores hits, “Amianto”. Quando o disco saiu foi uma das faixas que mais bombou, recebemos muitos comentários dos fãs, eles abraçaram essa canção e hoje ela tá sempre na lista de favoritas de uma galera”.

Leo: “Embrulho. Essa aqui bebe da salsa, é latina, foi uma influência muito presente durante a produção do disco. Acho que ela traz uma sonoridade brasileira ao mesmo tempo em que não abre mão de uma pegada mais roqueira também. E teremos um arranjo novo dela, com uma participação especial foda nessa primeira temporada da Session da Tarde”.

Carol Navarro: “Morar é nosso xodó e acho que dos fãs também. Quando lançamos Rogério foi uma das canções que o público se identificou logo de cara. Imagino que seja pelo tema, essa identificação em comum que todos temos quando moramos com alguém, seja um casal, entre irmãos ou com os pais. É uma canção que vai mais pro pop também, algo que contagia”.

Carol: “Bomba Relógio. O Leo viajou nessa letra, mas no bom sentido, rs. É uma canção divertida, um ar meio sci-fi e a participação do Lucas [Silveira, da Fresno] encaixou perfeitamente, com os vocais mais descontraídos. É um dos grandes momentos dos nossos shows, galera sabe a letra todinha!”

Pedro: “Jovem é outra que rendeu muito bem, tocou bem nas rádios e a gente também lançou um compilado com diferentes versões. A galera curte muito a letra, essa coisa de não abrir mão da sua essência mais jovem, de mesmo crescendo, manter suas ideias sempre frescas. Isso é muito atual e verdadeiro pra gente, é legal ver que é igual pros fãs”.

Paulo: “Eutanásia é total pé na porta, né? Pra gente, ter gravado com o Sérgio Britto (Titãs) foi uma honra, deixou a canção ainda mais paulada. Não fica fora dos shows nunca, a gente pira demais tocando ela”.

Leo: “Rogério. O lado impulsivo das pessoas. A música fala do que há de mais instintivo dentro de cada um, do que é porque é. Algo nem sempre revelado, mas em comum entre todas as pessoas”.

Leo: “Lentes. A gente quis fechar o álbum com uma boa dose de otimismo, sinto que foi um caminho natural que as outras faixas foram compondo entre si e desembocou em “Lentes”. A escolha da Negra Li para o dueto casou muito bem, porque a voz dela é muito pra cima, né? A letra fala dos rumos que a própria vida se encarrega, é uma despedida positiva”.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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