Pela primeira vez em Fortaleza, grupo traz sua mais longa turnê, com oito shows no Brasil. No repertório, músicas que costuram toda a discografia

(Foto: Tim Tronckoe)

São quase 16 anos desde que o cantor, compositor e instrumentista neerlandês Mark Jansen deixou o After Forever, grupo que ajudou a construir, para fundar outra que se tornaria uma das mais respeitadas bandas de metal sinfônico. Em 2003, o álbum The Phantom Agony ganhava o mundo e anunciava a estreia do Epica.

Naquele ano, o Evanescence, com uma sonoridade mais pop, estourava nas rádios abrindo espaço para bandas como Nightwish, Within Temptation e o próprio Epica. Com a jovem Simone Simons nos vocais – na época com 18 anos – Epica apostou no equilíbrio entre o peso e elementos clássicos para firmar sua identidade.

De lá pra cá, sete álbuns foram lançados. Todos com um grandioso e notável desejo de se destacar das demais bandas do gênero. É com a turnê do mais recente disco, The Holographic Principle (2016), que o grupo de Jansen e Simons se apresenta em Fortaleza pela primeira vez. Na formação, Coen Jansen (sintetizadores e piano), Ariën van Weesenbeek (bateria e voz), Isaac Delahaye (guitarra) e Rob van der Loo (baixo).

“Tem sido uma jornada e tanto”, diz Mark Jansen. Ele afirma que muita coisa mudou desde o primeiro álbum, e isso fica evidente na sonoridade. “Os membros trouxeram novas influências. Depois, vem a diferença entre nosso produtor antigo (Sasha Paeth) e o atual (Joost van den Broek). Ambos são produtores fantásticos e com abordagens diferentes”, explica. “Em terceiro lugar vem toda a nossa experiência. Você aprende coisas no meio do caminho e as adapta à sua música”.

Principal compositor da banda, além de vocalista e guitarrista, Mark é mestre em Psicologia. A formação afeta diretamente os temas abordados nos álbuns. Enquanto The Phantom Agony e The Divine Conspiracy (2007) discutiram religião, o segundo álbum (Consign to Oblivion, 2005) foi baseado na cultura Maia. Já o mais recente disco aborda as consequências do mundo virtual na realidade.

“Eu acredito em Deus, mas não do jeito que a maioria das pessoas creditam. Não gosto da forma como certas religiões oprimem as pessoas, pegam seu dinheiro e fazem terror. Não é assim que as coisas são”, afirma. “Deus, para mim, é algo que não pode ser descrito com as palavras, você só consegue sentir. Mas se eu tiver que tentar, direi que é o total de toda consciência e amor e criação”.

“Vejo minhas letras como uma ótima e poderosa ferramenta para enviar uma mensagem. Quem se sentir atraído pode encontrar mais informação e começar sua própria busca”, pondera. “Eu amo compartilhar coisas que vêm no meu caminho e eu sou muito feliz que muitos fãs se sentem inspirados”.

The Solace System

O que o grupo criou em estúdio durante a produção do álbum rendeu bem mais do que a banda esperava. The Holographic Principle tem 11 faixas e quatro bônus com versões acústicas. Ano passado, o Epica lançou The Solace System, um EP que reúne outras seis faixas que ficaram de fora do registro oficial.

“Nós sabíamos durante o processo que tínhamos muitas músicas, mas mesmo assim queríamos gravá-las. Isso também nos deu a luxuosa opção de poder escolher entre muitas músicas”, explica Jansen. “Havia muitas possibilidades para o álbum e as canções que ficaram de fora têm a mesma qualidade, então decidimos mantê-las juntas”.

Para promover o álbum, o Epica lançou clipe das músicas “Universal Death Squad”, considerada por muitos fãs uma das melhores faixas do disco, “Edge of the Blade” e “Beyond the Matrix” – além de outros três clipes animados do EP. Agora, depois de mais de 60 shows, a banda está pronta para uma noite memorável em Fortaleza. “Nós sempre nos dedicamos 100%”, garante Mark. “Queremos interagir com o público para sentir a música juntos e festejar”.

Serviço – Epica em Fortaleza

Sábado, 17, no Espaço Jangada (Shopping Iguatemi)
Venda online no site Clube do Ingresso
Venda física na Planet CDs (rua Senador Pompeu, 834 – Centro) e na Bilheteria do Espaço Jangada

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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