Franz Ferdinand é headliner da 20ª edição do Festival MADA, símbolo de resistência no calendário potiguar. Banda apresenta Always Ascending, quinto álbum de estúdio

Franz Ferdinand (Foto: David Edwards)

Do indie rock às pistas de dança, o Franz Ferdinand sabe se reencontrar. O grupo escocês tomou as paradas britânicas há 15 anos com os sucessos do debut homônimo e ressoou no Brasil.

Há cinco anos sem lançar inéditas, eles retornam com Always Ascending (2018, Domino), um disco que, se não lembra hits como “Take Me Out” e “Walk Away”, se mostra mais livre para experimentar as possibilidades sonoras. No próximo sábado, 13, eles apresentam o novo repertório no Festival MADA (RN) em show único no Nordeste.

Always Ascending é o primeiro disco do grupo formado por Alex Kapranos, Bob Hardy, Paul Thomson com os novatos Dino Bardot, da banda independente 1990s, e Julian Corrie, que atende pelo alterego Miaoux Miaoux na música eletrônica. Eles entraram em 2017 para substituir o guitarrista e tecladista Nick McCarthy, que deixou o grupo no ano anterior para se dedicar à família e outros projetos musicais.

Conheça o podcast Fora da Ordem

A mudança permitiu ao grupo de Glasgow sentir novos sons, e essa vivência reflete nas 10 faixas do novo disco. O ar de novidade também se deve ao DJ e produtor francês Philippe Zdar, que assina a produção do Always Ascending e traz no currículo nomes como Phoenix, Two Door Cinema Club e One Republic, além do lendário Depeche Mode.

Em entrevista por e-mail, o baterista Paul Thomson explica o processo criativo do disco e a necessidade de não repetir o que já foi feito nos álbuns anteriores. De acordo com ele, “havia três ou quatro álbuns em potencial” nessas composições, dependendo das músicas que seriam escolhidas e da ordem delas.

 Leia entrevista na íntegra.

Quanto tempo durou o processo criativo do Always Ascending e quando vocês perceberam que tinham um novo álbum?

Paul Thomson: Foi cerca de um ano para escrever e arranjar. Nós escrevemos o máximo de músicas que conseguimos e quando chegou a hora de gravar, nós revisitamos todas elas e só no processo de mixagem decidimos o que entraria no álbum. Havia três ou quatro álbuns em potencial dependendo das músicas que seriam escolhidas e da ordem delas.

E como foi esse processo com novos membros na banda? 

Paul Thomson: Não diria que houve desafios além dos que colocamos para nós mesmos. Obviamente, nós nunca queremos nos repetir. Não é difícil perceber. É entediante sentir que estamos nos repetindo.

São quase 15 anos desde o primeiro álbum. O que mudou nesse período?

Paul Thomson: A indústria. Nossos fãs também envelheceram. Alguns cresceram conosco e outros nos descobriram com três ou quatro álbuns.

A banda sempre misturou dance com rock and roll. Como manter o som novo após cinco discos?

Paul Thomson: Nós conversamos sobre o que nos anima e tentamos canalizar. Não necessariamente música, mas filmes, conversas, piadas, TV. Nós pensamos muito sobre como nossa música deve fazer o ouvinte se sentir.

Como foi trabalhar com o produtor Philippe Zdar no Always Ascending?

Paul Thomson: Phillipe é uma força da natureza. Ele vive pela vibe. Sua carreira como DJ imediatamente expõe sua abordagem para fazer música. Ele gosta de estabelecer um clima e fazer com que o público embarque com ele nessa jornada.

E por que Always Ascending?

Paul Thomson: Nós tínhamos um quadro em branco com 20 títulos diferentes, todos terríveis. Phillipe queria ter o nome do disco enquanto estávamos gravando, mas não conseguimos pensar em um que representasse todo o processo e aonde nós queríamos ir. Assim como não estava claro aonde nós estávamos indo todo esse tempo, nós estávamos apenas aproveitando o momento e descobrindo nosso caminho. No fim, nós já tínhamos a música “Always Ascending”. Decidimos intitular o disco assim e abrir com ela.

Serviço – Festival MADA

Dias 12 e 13 de outubro
Estádio Arena das Dunas, Natal (RN)
Ingressos a partir de R$ 60
Vendas nos sites Sympla e Arena das Dunas

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

View All Articles