“Sinal Fechado“, o forró retro-futurista de Getúlio Abelha, ganhou clipe dirigido pelo cineasta maranhense Lucas Sá repleto de referências do cinema de horror dos anos 1970 e 1980.
Pouco mais de uma semana depois de lançar o clipe, os artistas agora mostram os bastidores do registro, feito durante 24 horas no Maranhão.
“O trabalho lindo surgiu quando eu e Lucas Sá decidimos flertar artisticamente. Ele tinha gostado muito do meu trabalho, eu tinha gostado muito do trabalho dele. E tínhamos em comum a característica de sermos pessoas sem dinheiro, mas que mesmo assim querem fazer a baderna acontecer”, relata Abelha.
Getúlio afirma que o clipe foge um pouco de características presentes nos clipes anteriores, marcados por performances em lugares públicos, a exemplo de “Tamanco de Fogo” e “Laricado“.
“Nesse trabalho tive interesse específico de fazer uma performance mais sutil. Até então eu trabalhava com improviso, situações inusitadas”, explica. “Aqui a gente pôde construir o mundo paralelo de Getúlio Abelha em que eu pudesse performar com mais consciência”.
“‘Sinal Fechado’ é uma música bem romântica, melodramática e a gente tentou fazer um contraste. Usamos uma estética altamente agressiva e de certa forma macabra”, aponta Lucas Sá.
Dentre as referências mais evidentes estão Rock Horror Picture Show (Jim Sharman, 1975), Hellraiser (Clive Barker, 1987) e Brazil (Terry Gilliam, 1985).
A fonte principal, no entanto, é o filme Christine, o Carro Assassino (John Carpenter, 1983). “Usamos o símbolo do carro como se fosse o ápice desse amor e sentimentalismo, como se o carro ganhasse vida”, destaca o cineasta.
O crítico de cinema Marcelo Ikeda, da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine), chegou a apontar “Sinal Fechado” como “um dos mais potentes curtas realizados neste ano no cinema brasileiro”.
Getúlio Abelha espera lançar o álbum Marmota, o primeiro de inéditas, ainda neste ano.
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